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RIO DE JANEIRO
Garotinho é preso no Rio acusado de corrupção. Pode a Lava Jato combatê-la?
Redação
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Na manhã de hoje, 22, o ex-governador do Rio de Janeiro Garotinho e Rosinha foram presos pela Polícia Federal denunciados por associação em organização criminosa, destinada à arrecadação não declarada, e por meio de extorsão, de vultosas doações para campanhas eleitorais junto a empresários da cidade.

Agora a tarde a Justiça Eleitoral determinou o sequestro dos bens móveis e imóveis de Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho, ambos do PR. O confisco alcança ainda outros seis investigados e das empresas Macro Engenharia e Ribeiro Azevedo Construções LTDA.

A Promotoria de Justiça Eleitoral havia requerido à Justiça o bloqueio de R$ 6 milhões. O valor é equivalente ao prejuízo calculado pelo Ministério Público do Rio: "Sornando-se às doações oficiais prestadas por empresas que tinham contrato com o Município de Campos, que certamente foram feitas em razão das chantagens exercidas pela organização criminosa, estima-se um prejuízo mínimo de R$ 6 milhões", afirmou a Promotoria.

O juiz eleitoral da 98ª Zona Eleitoral, Glaucenir Silva de Oliveira, também determinou o bloqueio de dinheiro existente em nome dos investigados e das duas empresas.

O magistrado ordenou o imediato afastamento de Garotinho e Antônio Carlos Rodrigues dos cargos de presidente estadual (RJ) e nacional do PR, respectivamente.

Os outros seis investigados acusados são Antônio Carlos Rodrigues (presidente do Partido da República/PR, legenda de Rosinha e Garotinho), Fabiano Alonso (genro de Antônio Carlos, e suposto mentor do esquema de fraude para dissimular as doações de campanha por meio da empresa Ocean Link), Ney Flores (sócio da empresa Macro Engenharia, com quem a Prefeitura de Campos possuía diversos contratos, e um dos principais arrecadadores do esquema), Antonio Carlos "Toninho" (sócio da Ribeiro Azevedo Construções LTDA e considerado o "braço armado" da organização, era quem fazia a cobrança de valores), Suledil Bernardino (ex-secretário nas pastas de Controle, de Governo e de Fazenda em Campos) e Thiago Godoy (subsecretário de Governo de Garotinho, nos anos de 2015 e 2016, além de coordenador financeiro das campanhas de 2014 e 2016).

Os fatos ocorreram, segundo a Promotoria Eleitoral, entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2016, período em que Rosinha esteve à frente da Prefeitura de Campos, no Norte Fluminense.

Na denúncia, a promotoria eleitoral afirma que Anthony Garotinho exercia o cargo de comando da organização. Seria de sua responsabilidade determinar as funções de cada integrante do grupo, desde quem faria a abordagem dos empresários-colaboradores, passando por quem recolheria os valores e qual destino deveria ser dado aos recursos arrecadados Segundo o documento, Garotinho tinha o poder de subjugar as empresas abordadas e seus sócios, de modo que a não contribuição para campanhas eleitorais poderia acarretar prejuízos a legítimos direitos das empresas, em especial em relação ao recebimento de valores devidos pelo município. A denúncia lista os nomes de outros seis envolvidos no esquema, que também tiveram suas prisões preventivas decretadas na decisão proferida no dia 17 de novembro.

Para Carolina Cacau, ex-candidata a vereadora do MRT pelo PSOL, "O povo brasileiro, em especial o carioca, não suporta mais a corrupção. O ódio e desconfiança em relação aos políticos está bastante relacionado com isso. Muitos acreditam que prendendo esses políticos pode acabar a corrupção ou avançar qualitativamente nesse sentido. Há aqueles que também acham que a crise que vivemos no país ou no Rio é conseqüência essencialmente da corrupção, como uma espécie de causa das mazelas que vivemos. Que sem corrupção, teríamos emprego, saúde, moradia e outras demandas. Mas nós consideramos que é necessário um debate bem mais profundo sobre este tema e que só uma política independente dos trabalhadores pode acabar com a corrupção. A Lava Jato trata-se de um suposto combate à ela, querendo beneficiar o Imperialismo. O combate contra a corrupção é só a fachada, que acaba convencendo muitas pessoas frente a uma desesperadora falta de alternativa nesse terreno, parece que só resta confiar no Sérgio Moro, que até relações amistosas com Aécio Neves tem. Os maiores corruptos do país que são os empresários nunca são investigados como os políticos. Esse judiciário nunca investiga as isenções fiscais que são um roubo legalizado. A única perspectiva realista de combater a corrupção de maneira efetiva é se os trabalhadores confiam nas suas próprias forças e com seus métodos levantam um programa que seja capaz de fato de acabar pela raiz com a corrupção, mas sempre ligado a luta pelas demandas populares como educação, saúde, transporte, moradia, o que só pode se dar numa perspectiva anticapitalista."

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foto: Severino Silva / Agência O Dia

 
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