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Mães dormem 3 dias na fila para conseguir vagas para filhos
Lucas Pereira
ABC Paulista

Mães estão acampadas, dormindo na fila desde segunda-feira para tentar matricular os filhos nas creches de Luziânia, no entorno de Brasília. Apesar desse sofrimento, muitas não conseguirão, pois faltam vagas na rede pública.

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A seleção será na próxima quinta- feira (23/11). Para tentar matricular os quatro sobrinhos no ano letivo de 2018, a dona de casa Francisca está desde a madrugada de segunda – feira na fila e foi a primeira a chegar. Ela explica que tem que chegar com três dias de antecedência para conseguir participar da seleção. "Ou você dorme, ou você não consegue".

Outra dona de casa, que também está na fila, contou que está tentando pela segunda vez. No ano passado não conseguiu a vaga para a filha. "Eu fui três horas da madrugada para a escola, e eu não consegui. Fiquei na espera, também nunca apareceu. Passei quase o ano todo esperando, e não consegui", afirma.

As duas mulheres fazem parte de um grupo de cerca de 70 pessoas, acampadas em frente à escola que fará a seleção. Tem pais que levaram suas crianças juntas, pois não têm condições de deixar seus filhos a cuidado de alguém, enquanto ficam na fila.

"Ela tá doente, com pneumonia. E mesmo assim eu vim pra cá para poder conseguir essa vaga. De baixo de chuva, sol. É difícil! Essa é a nossa realidade aqui", afirma outra dona de casa, que estava acompanha de sua filha.

A cena se repete em outras escolas, mas o sacrifico para muitos, pode ser em vão, já que o município não abriu novas vagas. As que vão ficar disponíveis dependem da transferência de alunos para o ensino fundamental ou para outras unidades.
Hoje, Luziânia conta com cerca de 5.700 crianças matriculadas no ensino infantil, só que a demanda é muito maior, para atender toda a procura, é preciso criar pelo menos 3 mil novas vagas.

Essas quase 6 mil crianças, com idade entre 6 meses e 5 anos, estão distribuídas em 32 escolas do município. Nove estão em construção, e outras duas devem ser entregues já no ano que vem, mas as outras sete ainda não tem previsão.
"Suficiente eu não posso dizer, mas que vai ajudar bastante, sim. Vai atender mais de 90% das crianças do município", afirma Indiana Machado, secretária da educação do município.

"Vai ajudar muito, eu trabalhar e é preciso estudar", explica Karina, mãe que também está na fila e diz que vale a pena o esforço de ficar na fila.
Essa situação é um descaso com a população do município, não só com as crianças que precisam estudar, mas também com os pais que não tem condições de pagar alguém para cuidar dos seus filhos e que também tem que trabalhar até "morrer" depois da aprovação da reforma trabalhista, cuja entrou em vigor no sábado retrasado (11/11).

 
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