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MACHISMO
Vereador de Itu pensa que soco inglês é a solução contra o machismo
Marie Castañeda
Estudante de Ciências Sociais na UFRN
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Reginaldo Carlota (PTB) é vereador em Itu, município do interior de São Paulo e quer distribuir 5 mil socos ingleses pelo Estado de São Paulo, a fim de aumentar a possibilidade de reação de mulheres contra “vagabundos”.

A proposta é por si só esdrúxula, e não melhora quando são abordados seus argumentos, de acordo com o vereador, as mulheres sempre estão em uma desvantagem natural por serem mais fracas que os homens e com o soco inglês que faz um soco equivaler a uma marretada, ele pretende “equilibrar um pouco mais as coisas”. Fica o questionamento de como 5000 socos ingleses podem ajudar nas 12 mil mulheres que são agredidas todos os dias no país e também de onde saiu a definição da fraqueza natural das mulheres que bancam jornadas duplas e triplas de trabalho, se defendem de seus agressores sem qualquer respaldo do Estado e sustentam sozinhas famílias inteiras.

Nota-se também a grande irresponsabilidade do vereador, que pretende organizar uma distribuição de armas brancas. Por este projeto ele pode ser indiciado por incitação por incitação ao crime e quem estiver portando esta arma branca por contravenção penal. Ou seja, em sua tentativa falha de ‘ajudar’ as mulheres, pode incriminá-las.

Esta sua proposta vem à tona na semana seguinte da aprovação da PEC 181 pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, que busca criminalizar o aborto inclusive nos casos de estupro, feto com anencefalia ou risco de morte para a mulher. Enquanto os golpistas avançam para arrancar o mínimo existente de direito ao próprio corpo das mulheres, o melhor que este vereador consegue propor é armar 5000 mulheres com uma arma branca que pode muito bem se voltar contra elas.

No Brasil, assim como na Argentina, e na realidade em todo mundo, é urgente um plano de emergência de combate à violência à mulher e aos feminicídios, fins trágicos cada vez mais numerosos dessas agressões. As mulheres foram às ruas contra a PEC 181 nesta segunda-feira e estarão nas ruas em outros estados como o Rio Grande do Norte, mostrando sua força e determinação contra os golpistas. É necessário organizar um forte movimento de mulheres que garanta obrigar o Estado a construção de casas-abrigo e emprego para mulheres que necessitarem e lutar contra todas as medidas que afetarão com ainda mais força as mulheres, como a Reforma Trabalhista.

 
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