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MARCO FELICIANO
Com Deus e com Temer, Feliciano pede cargo para atacar negros e LGBT
Ana Carolina Fulfaro
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Ontem (16/11) em seu Twitter, Feliciano dedicou uma série de publicações para argumentar sobre o porquê a atual Ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois (PSDB), que alegou trabalho escravo ao reivindicar o salário de R$60 mil para poder se “vestir com dignidade”, não serve para o cargo, e se colocar à disposição de Temer para “a missão” de “enfrentar os ativistas radicais”.

Feliciano argumenta que em sua gestão fez mais trabalho em 6 meses do que em 20 anos de existência da Comissão, ouviu “as verdadeiras minorias”, chamou “líderes do movimento LGBTT”, quilombolas, índios, e que mesmo assim foi “humilhado, injuriado”, mas que sobreviveu e ainda “tem estômago” e “coragem” para enfrentar os movimentos sociais e o “mimimi” da imprensa.

Na realidade, Marco Feliciano ficou conhecido por suas declarações racistas, machistas, homofóbicas e denúncias de assédio e corrupção, enquanto estava à frente da Comissão até os dias de hoje, ao lado de outros reacionários como Bolsonaro e Eduardo Cunha, cuja cassação declarou ser “pecado”.

Diz ter "ouvido" quilombolas mas defende que os africanos são amaldiçoados: "Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé, isso é fato. Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismo, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, Aids. Fome...". Para ele, essa “maldição” seria “curada” pela conversão ao cristianismo.

Foi sob sua presidência que em 2013 o projeto de “cura gay” de João Campos foi aprovada na Comissão de Direitos Humanos. Esse projeto vinha no mesmo sentido da recente ação judicial que permite que psicólogos realizem “tratamentos” para “curar” a homossexualidade. Tanto em 2013 quanto em 2017 foram muitas as manifestações contra essa proposta absurda, que não está esquecida pelos reacionários. Nesse sentido, Feliciano já declarou que “a podridão dos sentimentos dos homossexuais leva ao ódio, ao crime, à rejeição”.

Seguindo os absurdos do Pastor, junto com seu amigo Bolsonaro polemizou em 2015 sobre a prova do Enem, que citou Simone de Beauvoir, defendendo que as reivindicações das mulheres "destroem a família". Continua vociferando ódio e incitando a violência, como fez recentemente ao convocar o ato contra a palestra da filosofa Judith Butler em São Paulo. Em nome desse modelo de família baseado na violência e discriminação também apoiou o “Estatuto do Nascituro” que significava um ataque enorme aos direitos das mulheres, ao proibir o direito ao aborto mesmo nos casos de estupro, anencefalia e risco para a vida da mulher, assim como a PEC 181.

É esse o deputado que agora quer voltar a estar à frente dos Direitos Humanos. Com acusações e investigações de desvio de dinheiro, contratação irregular de pastores para seu gabinete, preconceito e discriminação, bem como denúncia de assédio e tentativa de estupro, se coloca claramente na disposição de continuar atacando os direitos dos setores oprimidos e trabalhadores.

Reforma ministerial

Faz parte do projeto do governo Temer uma reforma ministerial como parte de rearticulação com os partidos de sua base. Inicialmente, estava prevista uma reforma ampla até o final do ano, com o principal argumento de exonerar políticos que se candidatarão para as eleições de 2018, já que de acordo com a legislação eleitoral, os futuros candidatos só podem ocupar os cargos até abril. No entanto, a reforma deverá ser utilizada para fortalecer alianças com partidos e assim, passar projetos do governo, como a reforma da previdência.

Esses acordos e compras de apoio e votos vêm sendo utilizado pelo governo Temer para fazer passar várias medidas que atacam a população. Foi assim com a reforma trabalhista, com o arquivamento de suas denúncias e agora é o objetivo com a reforma da previdência. É nesse contexto que o pastor e deputado Marco Feliciano, que apoiou desde o impeachment até as principais medidas do governo, como a reforma trabalhista, PEC 214, e arquivamento das denúncias contra Temer, agora quer abocanhar mais um cargo e declara estar disposto a continuar atacando os direitos dos setores oprimidos se conseguir o Ministério.

 
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