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POBREZA
45,5 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, diz estudo
Barbara Tavares

Passou a ser usada neste mês pelo Banco Mundial uma nova métrica para delimitar a quantidade de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Essa nova métrica eleva de 8,9 milhões para 45,5 milhões o número de brasileiros considerados pobres, ou seja, um quinto da população vive abaixo da linha da pobreza.

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A instituição decidiu complementar a caracterização do que é a linha de pobreza – anteriormente traçada em relação ao consumo diário inferior a US$ 1,90 – com outras duas delimitações mais ajustadas às realidades de cada país.

Uma nova linha passa a ser demarcada em US$ 3,20, para países de renda média baixa. E outra linha, de US$ 5,50 por dia, corresponde aos países de renda média alta, entre os quais se inclui o Brasil. Essa alteração foi realizada para levar em conta o custo de vida em cada um dos países avaliados. Segundo Francisco Ferreira, economista do Banco Mundial, a ideia é ter linhas para comparações internacionais mais apropriadas aos contextos dos países de diferentes níveis de desenvolvimento.

Celia Kerstenetzky, professora da UFRJ, considera que "parece positivo considerar linhas de pobreza mais realistas. A de US$ 1,90 subestima a pobreza de países não pobres".

A República Democrática do Congo serve como exemplo de país em que a linha de US$ 1,90 é coerente porque abaixo dela sobrevivem 77% da população. Elevar nesse país a linha para US$ 5,50 seria desnecessário do ponto de vista estatístico porque abrangeria quase a totalidade da população.

No parâmetro de US$ 1,90 por dia, as pessoas que viviam com valores abaixo deste correspondiam a 3,7% em 2014 e 4,3% no ano seguinte. Quando a medida sobe para US$ 5,50 diários, a parcela de brasileiros que sobrevivem com menos que isso por dia vai a 20,4% em 2014, crescendo para 22,1% em 2015.

Apesar dos novos parâmetros que foram introduzidos, a escala de US$ 1,90 continua sendo a medida principal, usada como marco para a meta de erradicação da pobreza extrema no mundo em 2030.

A grande mídia tenta passar esses dados como se fossem inevitáveis e que a saída para a pobreza no país está em atrair investimentos para o Brasil, gerando novos empregos. De outro lado, ouvimos falar da necessidade do aumento da verba do bolsa família para que pelo menos essas pessoas não morram de fome.

Mas o que não dizem, é que enquanto 45,5 milhões de brasileiros (um quinto da população brasileira) vive abaixo da linha da pobreza, metade do PIB nacional é utilizado para o pagamento da divida pública, ou seja, dinheiro entregue direto para os grandes banqueiros e empresários.

O capitalismo não resolveu os problemas de desigualdade social e econômica, muito pelo contrário, na verdade depende dessa desigualdade para continuar existindo. Só resta uma alternativa aos explorados e oprimidos: nos organizarmos para lutar contra essa sociedade que nos nega tudo.

 
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