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METROVIÁRIOS DE SP
CTB e CUT atropelam a base e aparelham o Sindicato dos Metroviários de SP
Marília Rocha
diretora de base do Sindicato dos Metroviários de SP e parte do grupo de mulheres Pão e Rosas

Declaração de Marilia, diretora do Sindicato dos Metroviários e militante do Movimento Nossa Classe- Metroviários​ contra a burocratização do Sindicato, contra as acusações e calúnias do Diretor Maruzan, e em defesa da democracia operária na categoria.

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Dia 13/11 aconteceu o seminário da diretoria do sindicato dos metroviários organizado sob medida para servir aos interesses da burocracia da CTB (PCdoB) e CUT (PT), que mostraram sua faceta mais traidora.

Como diretora não posso aceitar que a diretoria divulgue as resoluções desse seminário em meu nome, por isso venho denunciar a metodologia e as políticas tiradas desse seminário, já que resoluções importantes foram encaminhadas sem consulta à base da categoria metroviária.

Um ataque à proporcionalidade no Sindicato e desrespeito aos trabalhadores

O primeiro ponto de pauta foi para discutir a conjuntura nacional. Como a diretoria é proporcional existem diversas posições em relação a situação do país. Eu coloquei minha posição de que temos que nos inspirar nas lutas de resistência como dos professores do RS para retomar o caminho das mobilizações contra os ataques aos trabalhadores, e também coloquei que a CTB e CUT culpam a classe trabalhadora por não querer se mobilizar, para com isso justificar sua completa passividade frente ao governo golpista, mostrando ser incapaz para combater a direita e os ataques colocados aos metroviários e toda a classe trabalhadora. No entanto, também defendi que nenhum posicionamento político poderia ser tomado naquele fórum sem antes ter um amplo debate na base, através de uma plenária no início do ano que vem com delegados votados na base da categoria.

Mas o PCdoB e o PT, para dar continuidade à estratégia que vem construindo desde o golpe no ano passado, de limpar a imagem de Lula e do PT para as eleições de 2018, conciliando com todo os setores da direita (inclusive alianças eleitorais) desrespeitaram a categoria e enfiaram goela abaixo seu posicionamento entreguista no seminário sem sequer passar por uma assembleia. Depois foi votado um "plano de lutas" totalmente abstrato, que dá a entender que todos os setores estejam a favor da mobilização na categoria, ao mesmo tempo que encobre a traição das principais centrais sindicais, como a CUT, CTB e Força Sindical que negociam o imposto sindical atualmente com o governo em troca de não convocar nenhuma medida de luta para resistir aos ataques. Nesse ponto, eu me abstive em ambas votações, sem deixar de colocar esse meu posicionamento, mas mostrando que diante da atual conjuntura os trabalhadores devem ter o direito de opinar sobre os rumos da sua luta, fazer as críticas que tem atualmente sobre o sindicato e com isso nos fortalecer para enfrentar a privatização e terceirização do Metrô de SP. O que não tem como acontecer num seminário exclusivo para a diretoria sem nenhuma participação da base.

Coordenadores fazem acordo com o Metrô sem consultar a base

Nesse seminário, a diretoria foi informada de que os coordenadores Raimundo, Fajardo e Dagnaldo (que estava substituindo Alex Fernandes) assinaram um termo aditivo ao acordo coletivo com a empresa sem nenhuma consulta à diretoria e muito menos à base. Esse termo libera a escala 4x1x4x3 noturna fixa na linha 15 e nas novas estações da linha 5, e os coordenadores assinaram um documento com a empresa se comprometendo a defender essa proposta junto à diretoria e junto à base. Argumentaram que foi "o máximo que deu para negociar" para que a escala não se estendesse para as outras linhas, ou seja, rifando completamente a luta pela escala base para os trabalhadores das linhas 5 e 15, tratando na prática como se esses fossem trabalhadores de segunda categoria. Eu votei contra esse absurdo, junto aos diretores eleitos pela chapa 1 (PSTU, MES/PSOL, MAIS/PSOL e alguns independentes) e um setor da chapa 3 (Unidos pra Lutar). Porém a chapa 2 (PT e PCdoB), que teve o lamentável apoio de um setor da chapa 3 (Chega de Sufoco - com excessão do diretor Wilson do Pátio Jabaquara), tratorou e passou o aval a essa traição. Raimundo, coordenador pela chapa 1, apesar de ter votado contra o termo junto com sua chapa, declarou abertamente que estava a favor do mesmo e foi agente ativo em propor e assinar junto à empresa.

A diretoria do Sindicato não pode ter privilégios em relação à base

Somos solidários a todos os metroviários que estão sendo demitidos pela empresa, solidários ao diretor sindical Maruzan e todos os outros. Há muito tempo vínhamos defendendo e lutando para que a diretoria do Sindicato encampasse uma forte campanha contra as demissões no Metrô de SP e pela readmissão de todos os demitidos que fosse o primeiro passo para uma luta consequente contra a privatização e a terceirização no Metro. A diretoria do Sindicato e, particularmente a CTB e a CUT se colocaram contra essa proposta.

Mas neste seminário ocorreu algo inusitado, pela primeira vez desde que eu tenha conhecimento, um demitido na categoria vai passar a receber salário do sindicato sem sequer passar por assembleia. O motivo é simples: o demitido é diretor do sindicato e militante do PCdoB. O Metrô vem cometendo vários desmandos e injustiças, demitindo, perseguindo e ameaçando trabalhadores. Maruzan foi demitido recentemente em mais um absurdo ataque do Metrô contra toda a categoria.

Ao contrario do que diz Maruzan ninguém questiona a história de militância dele. Porém, quando se tratava do companheiro Valter Rocha, que sofreu racismo durante 15 anos no Metrô, o PCdoB sequer quis fazer uma campanha pela sua readmissão denunciando o racismo da empresa. Quando dois funcionários em treinamento de Sé foram demitidos por aderir à campanha pela retirada de uniforme, o PCdoB na prática deixou esses companheiros à própria sorte, se isentando de qualquer responsabilidade de lutar pela sua reintegração. E diversos outros casos de companheiros demitidos injustamente, ativistas ou não, que não houve proposta de ajuda financeira. Ou seja, o PCdoB e o PT defendem os seus militantes e garantem seu salário em caso de demissão, mas entrega o resto da categoria aos desmandos do Metrô. Chegaram ao cúmulo de igualar o salário que o sindicato paga aos demitidos de 2007 e 2014, que já foi votado diversas vezes em assembleia (inclusive aumentada a contribuição sindical) e que são reconhecidos por toda a categoria como demitidos políticos numa luta de todos. Justamente o mesmo que Maruzan faz em sua carta. E pior, ainda acusa eu, Alex Santana e Raimundo, de não estar atuando pela categoria. Uma mentira tão absurda, que não ataca só a nos três mas todos os demitidos em luta de 2014. Ao invés de atacar o governador Geraldo Alckmin pela sua demissão Maruzan prefere atacar os lutadores, em troca de defender somente a manutenção do seu salário.

Essa proposta foi aprovada novamente com os votos do PT, PCdoB e Chega de Sufoco, e a próxima assembleia vai apenas referendar, ou não, esse absurdo. Querem criar uma verdadeira burocracia, onde os diretores do sindicato possuem privilégios, enquanto a base é tratada de outra maneira. Não concordamos com esse método. Os critérios de contribuição da categoria devem ser discutidos na base, sem privilegiar quem é diretor, pois todos os metroviários estão sofrendo com demissões.

Nós do Movimento Nossa Classe e eu como diretora não compactuamos com as resoluções desse seminário e chamamos toda a categoria a não deixar que esse tipo de encaminhamento sejam tomados. Nesse momento onde os ataques aos nossos direitos só aumenta, os metroviários tem que retomar o sindicato para as sua mãos. Todos os grupos, correntes e chapas que estão contra esse método da CTB e CUT, devem se unificar nesse momento para de fato ser uma alternativa combativa e democrática na categoria. Não pode haver um sindicato que tome decisões pelas costas dos trabalhadores.

Todos à próxima assembleia!

Vamos impedir que a diretoria referende esse golpe contra a categoria e a traição da entrega da escala base nas linhas 5 e 15!

Marília, diretora de base do tráfego Linha 3 - Vermelha e do Movimento Nossa Classe

 
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