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CRISE NO RIO
Picciani, Paulo Melo e Albertassi na mira da Lava-Jato, mas Pezão é poupado
Jean Barroso

A madrugada de hoje iniciou-se com novo desdobramento da operação Lava-Jato. A Operação Cadeia Velha conduziu coercitivamente Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi. Jacob Barata Filho e Filipe Picciani estão presos e Pezão segue solto para garantir ataques aos trabalhadores.

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FOTO: Reginaldo Pimenta/Estadão Conteúdo

No Rio, esta terça (14/11) começou mais cedo com a condução coercitiva de notórios corruptos do estado do Rio de Janeiro para prestar depoimentos à Polícia Federal, Jorge Picciani (PMDB) que é o atual presidente da Assembleia Legislativa, junto ao presidente anterior, Paulo Melo (PMDB) e o líder de governo na Alerj, Edson Alberassi (PMDB). Filipe Picciani, um dos quatros filhos de Jorge Picciani, teve a prisão decretada em Uberlândia/MG e é conduzido para o Rj, e Jacob Barata Filho também foi preso na operação.

Notórios corruptos odiados pela população carioca, estão sendo acusados de favorecer os negócios capitalistas fazendo um grande esquema de desvio e lavagem de dinheiros recebidos em troca das bilionárias isenções fiscais (perdão de impostos dados às empresas) dadas pelo governo do Estado do RJ durante os cinco últimos anos. A Operação "Cadeia Velha" tem alvo diretamente a Alerj, sendo seu nome uma referência a como o local já foi chamado.

Os procuradores afirmaram em coletiva de imprensa que o executivo, o legislativo e o Tribunal de Contas do Estado seriam uma organização criminosa, que teria dado ate R$ 138 bilhões de isenções fiscais em troca de uma mesada paga por capitalistas como Jacob Barata Filho, que lucrou com a alta tarifa dos transportes permitida pela prefeitura de Eduardo Paes, ao mesmo tempo em que recebeu milionárias isenções fiscais para suas empresas de ônibus, com desconto até no IPVA dos automóveis.

Barata retorna novamente à prisão, depois de ter sido liberado por Gilmar Mendes (ministro do STF e padrinho de casamento da filha do Barata) meses antes. Este capitalista do transporte só terá pago por seus crimes quando seu império for totalmente expropriado e os meios de transportes colocados sob controle dos trabalhadores e usuários.

Para ajudar a construir este império dos Reis dos Ônibus, Paulo Melo teria recebido R$ 54 milhões da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros (Fetransport) do Rio. A propina continuou a ser paga quando este já havia sido substituído por Picciani, segundo o Ministério Público Federal.

Segundo os procuradores da operação, Picciani seria o continuador dos esquemas de Paulo Melo na Alerj, e seu filho Filipe Picciani, que é responsável pela empresa Agrobilara (de gado bovino), dos Picciani, estaria envolvido na lavagem de dinheiro das propinas usando a empresa.

Já sobre Edson Albertassi, a acusação é de que teria recebido uma mesada de R$ 60 mil mensais, de fevereiro de 2016 até maio deste ano. Edson havia sido indicado para assumir o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, que funciona com conselheiros "suplentes", já que 6 dos sete conselheiros estavam envolvidos no esquema de corrupção para aprovar estas contas superfaturadas com isenções fiscais bilionárias, dentre outras acusações.

Pezão queria emplacar Albertassi no TCE para intervir diretamente no processo de aprovação de suas contas, já que as de 2016 tinham sido reprovadas pelo TCE e que o governo precisa de estabilidade para, de um lado, seguir nos esquemas de dar isenções fiscais aos capitalistas, e de outro, atacar os trabalhadores não pagando o salário dos servidores públicos e levando adiante a privatização da CEDAE para assim seguir governando para enriquecer os capitalistas. Albertassi tomaria posse no dia de hoje, mas a justiça suspendeu a nomeação com a operação.

Sobre Picciani, Paulo Melo e Albertassi, pesa o pedido de prisão preventiva, que será julgado pela justiça federal nesta quinta-feira. A população, maltratada diariamente por estes governantes, comemora a ação. No entanto, a força tarefa da Lava-Jato, conscientemente, decidiu não mexer em uma peça chave do tabuleiro dos corruptos do estado do Rio de Janeiro.

Uma "organização criminosa" sem um "chefe da quadrilha"?

Na coletiva de imprensa realizada pela Polícia Federal, os delegados que nunca deixaram de acusar ninguém por falta de provas, traçaram um perfil da "Organização Criminosa" que declararam ser o Executivo, Legislativo e Tribunal de Contas do RJ, deixando de fora o próprio executivo, ou seja, o governador Luís Fernando Pezão.

Os delegados afirmaram que as instituições do ERJ atuariam como uma organização criminosa sem um "chefe-mor" da "quadrilha". Desta forma, deixaram tudo muito fácil para Pezão, blindado apesar de dias atrás ter nomeado um dos acusados para liderar o Tribunal de Contas do Estado, o líder do governo na Alerj, Edson Albertassi.

Efetivamente, ninguém duvida das acusações contra Picciani, Albertassi e Paulo Melo. Foram R$ 138 bilhões de isenções fiscais num período de cinco anos. no entanto, até o hoje o governo Pezão segue dando isenções para estas mesmas empresas.

A verdade é que não faltam ligações de Pezão com este esqema, como Wilson Carlos e Hudson Braga, que vieram do governo Cabral e seguiram no governo Pezão até serem pegos pela Lava-Jato; ou poderíamos citar as contas de Pezão que eram aprovadas por Jonas Lopes e foram reprovadas pelos novos conselheiros do TCE, ou anda a mais nova delação premiada do marqueteiro Renato Pereira que afirma que Pezão sabia dos valores dos caixas 2 negociados em período eleitoral.

Pezão está tão "sujo" que a Procuradoria Geral do Estado se negou a defendê-lo contra uma ação popular por improbidade administrativa. Mas seu poder reside no apoio aos seus ataques por parte do alto escalão político de juízes, capitalistas e até mesmo a imprensa como a Globo, e por isso ele não é alvo da operação.

Se por um lado, a Lava-Jato tenta tomar se colocar como um partido do Judiciário, alterando por exemplo a nomeação do TCE e atuando no mesmo momento em que a Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro é demitida por Pezão, esta mesma força tarefa da Polícia Federal não bate de frente com o governo porque este tem apoio do próprio judiciário para impor seus ataques.

Pezão só é mantido porque é fiel ao plano de ataques do governo federal, está levando adiante privatizações e ataques aos servidores públicos. A Lava-Jato tenta se colocar como uma saída baseada nas aspirações justas do povo pobre e dos trabalhadores que não aguenta mais ver estes políticos corruptos roubarem a riqueza produzida pelos trabalhadores, e cobrindo os capitalistas de privilégios e benesses do estado. No entanto, esta saída só pode ser dada pelas mãos dos trabalhadores impondo que sejam os capitalistas e corruptos do Rio de Janeiro que paguem pela crise com as suas fortunas acumuladas através da corrupção.

 
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