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ELEIÇÕES 2018 E O PT
Diana Assunção: “Ao contrário de Lula, não perdoamos os golpistas”
Diana Assunção
São Paulo | @dianaassuncaoED
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Lula disse "Estou perdoando os golpistas que fizeram essa desgraça no país", na sua caravana por Minas Gerais. É a conclusão lógica do fato de que o PT não organizou qualquer resistência ao golpe institucional (através da CUT, traiu a greve geral do 30 de junho), freou como podia a luta contra as reformas, e doou governabilidade para preservar o regime político encabeçado por Temer.

Apesar do perdão de Lula, os golpistas não perdoam os trabalhadores: Temer anunciou a venda de empresas mistas como a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Eletrobrás; o golpista Ives Gandra, presidente do TST, abriu a ofensiva para justificar a implementação da terrível reforma trabalhista em novembro. A Câmara dos Deputados trata de avançar o que pode na reforma da Previdência contra milhões de trabalhadores.

O perdão de Lula aos golpistas – isso seria “enfrentar a direita”? – tem duas funções: a primeira, reaproximar-se do PMDB, especialmente dos caciques peemedebistas nordestinos, sem os quais, segundo Lula, seria impossível governar; em segundo lugar, reconquistar a confiança dos empresários e capitalistas que apoiaram com altas somas de dinheiro o golpe institucional de 2016. Esses foram os objetivos principais das caravanas pelo Nordeste e por Minas Gerais.

Mas não é só de perdão que fala Lula, é de alianças também. Antes mesmo das declarações de Lula em Belo Horizonte, o PT anunciava seu retorno à base do governador Renan Filho do PMDB de Alagoas. No Piauí, o PMDB entrou na base aliada do governador Wellington Dias (PT). Os dois partidos também se unem em Sergipe, onde o PT faz parte da gestão do governador Jackson Barreto (PMDB). Em Minas Gerais, com o governador ajustador Fernando Pimentel, Lula abriu espaço para acordos eleitorais com outros partidos que apoiaram o golpe, além do PMDB.

Como é possível que uma candidatura de Lula, coligada com o que existe de mais podre na política nacional e que serviu de base ao golpe institucional, poderia “frear os ataques” de Temer? Como o perdão aos inimigos da classe trabalhadora, o perdão à direita e aos empresários que financiaram o golpe, poderia abrir caminho a outra coisa que não fosse a mesma tragédia que nos conduziu até aqui? No próprio Esquerda Diário vemos a indignação de um amplo setor de nossos leitores com a política anunciada por Lula de "perdoar os golpistas" e aliar-se a eles.

Ao contrário de Lula, não perdoamos os golpistas. Desde o início do golpe institucional estivemos colocando todas as nossas forças para combater o avanço da direita em cada local de trabalho e estudo, enfrentando suas reformas e nos auto-organizando com trabalhadores e estudantes como parte ativa das jornadas de paralisação e da histórica greve geral do 28 de abril. Sempre de maneira independente do PT. Assim como hoje estamos dedicando os maiores esforços, também no Esquerda Diário, para rodear as greves do Rio Grande do Sul de solidariedade, exigindo da CUT e da CTB que parem sua sabotagem aos trabalhadores e organize um plano de luta imediato para que os professores estaduais triunfem contra Sartori.

Ao contrário de perdoar os golpistas a tarefa é construir uma grande força política anticapitalista, para enfrentar a direita e os empresários. A raiva de milhões de pessoas contra a direita (e seus portavozes eleitorais como Bolsonaro, Dória, Luciano Huck, entre outros) pode ser canalizada na construção de uma alternativa política anticapitalista dos trabalhadores, que longe de perdoar os golpistas seja implacável contra eles, ataque seus interesses e questione o conjunto do regime político apodrecido de 1988.

Para isso propomos lutar pela abolição de todas as reformas de Temer, a começar pela reforma trabalhista, com o objetivo de impor pela luta uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que questione todas as regras do jogo, tornando todos os políticos e juízes elegíveis e revogáveis, e recebendo o mesmo salário que um trabalhador de qualificação média, além da expropriação sem indenização de todos os bens dos empresários envolvidos em corrupção, que deveriam colocar-se sob controle dos trabalhadores.

 
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