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DENUNCIA TEMER
O que poderia ter sido feito com os 12 bilhões gastos por Temer para se salvar?
Bruno Carsten

A astronômica quantia de R$ 12 bilhões foi usada pelo presidente golpista para fazer com que 251 deputados da Câmara votasse contra o prosseguimento da investigação de que foi alvo. Enquanto isso, saúde e educação públicas fadigam perante os cortes.

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Se em Agosto, para livrar-se da primeira denúncia feita pela Procuradoria Geral da União, Temer gastou 3,1 bilhões de reais com a compra dos votos dos parlamentares, dessa vez o valor foi quatro vezes maior. A astronômica quantia de R$ 12 bilhões foi usada pelo presidente golpista para fazer com que 251 deputados da Câmara votasse contra o prosseguimento da investigação de que foi alvo.

Uma quantia exorbitante de dinheiro público, que poderia ter sido usada em investimentos em saúde e educação, foi utilizada para, mais uma vez, livrar a pele de um governo mergulhado até o pescoço em esquemas de corrupção. Veja algumas coisas básicas que esse dinheiro poderia garantir:

1) Educação pública Em Abril desse ano Meirelles anunciou um corte de R$ 4,3 bilhões em educação. Com o dinheiro usado por Temer para comprar deputados, não só esse corte poderia ter sido evitado, mas o investimento na área poderia ter sido acrescido em 7,7 bilhões (10,8 bilhões se contarmos a quantia de dinheiro público usada pelo peemedebista para se safar da primeira denúncia, em Agosto). Partindo dos dados do MEC, que põe o custo anual de um aluno da rede pública de ensino na média de R$ 2.875, mais de 4 milhões de alunos poderiam ter sido mantidos na escola por um ano com o dinheiro público usado por Temer para a compra de votos. Se somarmos as duas compras de deputados operadas por Temer nós chegamos ao absurdo de que foi gasto nessa negociata nefasta praticamente a metade de todo o investimento orçado para o ano em educação pública (que é de R$ 31 bi).

2) Universidades: Além disso, o ano de 2017 marcou uma queda de R$ 3,7 bilhões no investimento em universidades federais, o suficiente para gerar uma crise nas universidades públicas brasileiras, com cortes em pesquisa, fechamentos de cursos, etc. O triplo desse valor foi utilizado por Temer na compra de deputados (quase cinco vezes mais, se contarmos o valor de Agosto).

Os 12 bilhões usados por Temer poderiam não só solucionar a crise nas universidade federais, mas garantir o orçamento das 7 federais que mais demandam investimento anual juntas! A partir do salário médio de um professor de universidade federal (ignorando o fato de que é uma quantia maior que o salário inicial), que é de 9,7 mil reais, concluiremos que mais de 90 mil profissionais poderiam ter sido investidos do cargo nas universidades, com seu salário garantido por um ano, o que acabaria com o problema da falta de professores em diversos cursos superiores.

3) Saúde Pública: Se partirmos para a saúde, os 12 milhões usados para comprar deputados poderiam, tendo como base o salário médio de um médico do SUS, contratar mais de 300 mil profissionais da saúde, garantindo seus salários por um ano. Se partirmos do custo médio da construção de um hospital de grande porte (R$ 250 mi), este dinheiro seria suficiente para erguer quase 50 grandes hospitais, quase dois em cada capital do país, garantindo o atendimento gratuito a um número gigantesco de pessoas.

Corrupção capitalista e o Estado como um balcão de negócios

Em meio a esse grande esquema, no qual o Estado burguês mostra seu caráter de balcão de negócios, o governo segue cortando gastos de serviços essenciais à população, como saúde e educação. Enquanto a aprovação da PEC 55, no fim do ano passado, congelando qualquer aumento em investimentos em infra-estrutura, educação e saúde públicas, faz-se sentir com mais força a cada dia, com escolas e universidades cada vez mais precárias, filas gigantescas em hospitais, etc, a possibilidade de aprovação de uma reforma na previdência, que nos faria trabalhar até à morte, segue sendo um objetivo para esse governo golpista.

Nos dois casos, o discurso é o mesmo: o governo se encontraria em uma situação deficitária, imerso em uma crise fiscal, e alguns cortes devem ser feitos para que a crise seja superada. Para além do fato de que tais cortes ocorrem somente contra os trabalhadores e o povo pobre, ao passo que isenções a empresários são mantidas, grandes fortunas seguem não sendo taxadas, deputados continuam sendo comprados com dinheiro público, etc, chama a atenção o fato de que o "déficit previdenciário", que tornaria supostamente necessária uma reforma na previdência, não passa de uma mentira criada pelo governo para, com o apoio da mídia tradicional, atender aos interesses dos grandes empresários. Já denunciamos a farça desse déficit aqui e aqui.

Por isso, a luta dos trabalhadores precisa avançar sobre as barreiras que a burocracia sindical lhes impor para exigir uma Constituinte que revogue as reformas e ataques, e convoque juris populares para julgar e expropriar os bens de todas as empresas corruptas, estatizando-as e colocando sob controle dos trabalhadores.

Leia também: A saída anticapitalista para a crise da Nova República parte da luta por uma Constituinte

 
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