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FAZER NO RIO COMO NO SUL
Para enfrentar Temer, Pezão e Crivella façamos como no Rio Grande do Sul
Tatiane Lopes

No Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul os ataques dos governos querem a mesma coisa, que os trabalhadores paguem pela crise capitalista. A luta dos trabalhadores do RS deve ser exemplo de resistência no Rio e em todo o país.

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Assembleia da categoria mobiliza milhares de professores no RS

Os trabalhadores e toda população do Rio de Janeiro sentem na pele e estão cansados de ouvir justificativas de políticos corruptos e empresários para a crise que assola o Estado. A balela do governo que enquanto atrasa pagamento de salários, quer vender a CEDAE a preço de banana, aumenta alíquota previdenciária porque diz não ter dinheiro, mas continua garantindo isenções milionárias aos empresários enquanto o povo não tem emprego, está engasgada na garganta de milhões que odeiam Temer, Pezão e Crivella. É possível transformar esse ódio legítimo em organização se nos inspirarmos na luta dos trabalhadores do Sul.

Pezão e Temer estão publicamente de mãos dadas desde que começou a discussão do tal pacote de recuperação fiscal, que quando foi assinado nos presenteou com uma cena ridícula de Maia chorando e Pezão sorrindo. Juntos os parceiros golpistas do governo federal e estadual assinaram o degolamento do Estado, pretendem vender o saneamento, privatizar o que for possível, destruir a Universidade pública, começando com a UERJ, que segue em greve das três categorias, a UENF e UEZO, acabar com a aposentadoria de servidores, tudo em nome de recuperar não a dignidade da população fluminense, mas a margem de lucro dos capitalistas.

O prefeito-bispo Crivella não fica pra traz nos ataques, censura a arte e cultura, as manifestações democráticas por direitos, persegue trabalhadores do município, dizia que queria cuidar das pessoas nas eleições, mas corta benefícios de idosos, não paga os funcionários da saúde, quer acabar com as clínicas da família, reprime manifestante e como Pezão, Temer e a Globo acha que a crise social alarmante que vive o Rio de Janeiro se resolve com mais repressão do exército e da polícia matando jovens negros (e até turista) nos morros e periferias da cidade.

O acordo que vai fazer sangrar os trabalhadores e estudantes permite, em síntese, que o Estado continue contraindo empréstimos para pagar uma divida publica infinita que só aumenta e favorece os grandes bancos, enquanto os empresários mal pagam impostos e garantem seus lucros. É um laboratório estadual para o plano que Temer também está executando em todo o país, fazer os trabalhadores pagarem pela crise dos capitalistas. Mas como aqui, no Rio Grande do Sul os trabalhadores enfrentam o mesmo tipo de ataque (privatização do Banrisul atrelada à chantagem do PRF, ataques a salários e direitos dos servidores, com o parcelamento de salários etc) com uma forte luta de resistência que precisamos tomar como exemplo.

A luta no RS contra os planos de Temer, Sartori e Marchezan começou encabeçada pelos trabalhadores municipais em Porto Alegre e os professores estaduais que se revoltaram com os salários atrasados e ameaças de demissão e entraram em greve, já conseguiram arrancar declaração do governo que “ameniza” o objetivo de demitir todos os professores contratados, que depois foi reforçado por uma liminar ganha pelo sindicato de professores (Cpers). O movimento ganhou força e colocou milhares em atos nas ruas até que os vereadores de Porto Alegre também foram obrigados a pedir a retirada dos projetos de Marchezan. Uma luta que foi contagiando e conquistando apoio da população e mostra o caminho de como enfrentar os ataques aqui no Rio e em todo o país.

Às vésperas do dia 30 de junho, quando o país fervilhava depois da maior paralisação nacional das últimas décadas em 28 de abril e os trabalhadores tinham disposição e possibilidade de derrotar o governo golpista, muitos se perguntavam por que as centrais sindicais que convocaram o dia 30 como nova data de greve geral, não fizeram nada para mobilizar as categorias e fazer um dia de luta ainda maior que o 28 de abril. As grandes centrais sindicais traíram a disposição de luta dos trabalhadores naquele momento e o governo Temer ganhou fôlego para aprovar a reforma trabalhista, a terceirização irrestrita e se manter até então a base de compra de deputados e por isso é preciso denunciaro papel das burocracias, que em nome de acordos sobre o imposto sindical ou mesmo do Lula 2018 abandonaram a única via fatal contra o governo Temer.

É preciso estar consciente do papel traidor das burocracias sindicais para não cair em suas armadilhas, mas ao mesmo tempo temos que aproveitar cada luta de resistência para incendiar os trabalhadores em outros cantos do país, cercando de solidariedade para vencer e avançar na organização pela base para superar os limites impostos pela burocracia sindical.

Dia 10 de novembro, às vésperas da implementação da reforma trabalhista, essas mesmas centrais sindicais colocaram na agenda um dia de luta, mas não estão convocando. Salvo em metalúrgicos e outras poucas categorias há movimentações para esse dia. É urgente reverter isso, tomando nas nossas mãos a construção do dia 10/11, em primeiro lugar somando forças de toda a esquerda para cercar de solidariedade a luta do RS e exigir das centrais burocráticas que rompam com seus acordos traidores e a paralisia e convoquem um verdadeiro dia de luta, que seja o marco da retomada do caminho da greve geral.

 
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