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GREVES NO RS
Diego Nunes, professor de Caxias: “É preciso construir uma grande paralisação no RS”
Redação

O Esquerda Diário entrevistou Diego Nunes, professor de Caxias do Sul e militante do Movimento Nossa Classe, onde o 1 núcleo do Cpers aprovou um chamado à construção de uma paralisação estadual.

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Esquerda Diário: Você pode falar um pouco aos leitores como está a situação da greve dos professores?

Diego Nunes: A greve está muito forte e com uma grande adesão em todo o estado. Frente a isso, o governo de Sartori tentou sabotar nossa mobilização de diversas formas, com ameaças de demissão e transferência de professores contratados, a tentativa de impor um “calendário de reposição” em meio à greve, e até mesmo a tentativa de transferir alunos das escolas em greve. Contudo, nada disso tem mostrado o resultado desejado pelo governo, e os professores seguem bastante mobilizados.

Esquerda Diário: E como você vê a relação desse movimento com as outras lutas que estão se desenvolvendo no estado?

Diego: Em Porto Alegre temos visto a mobilização dos municipários também com grande força e trazendo muita dificuldade para que Marchezan leve adiante seus planos de ataques, com a aprovação na Câmara e a implementação. É bastante semelhante ao que acontece no estado. Outros setores tem se mobilizado fortemente, como é o caso dos servidores das fundações estaduais que Sartori pretende fechar, e também dos funcionários da Carris em luta contra a privatização da empresa. Todas essas lutas são muito fortes, mas acredito que a grande debilidade que enfrentam é a falta de disposição de suas direções de unificarem as lutas para fortalecer a resistência a Sartori e Marchezan de forma unificada.

ED: Você pode contar mais sobre como vê essa falta de disposição das direções e o que na sua visão e do Movimento Nossa Classe seria necessário para fortalecer as lutas em curso?

Diego: No caso dos educadores, temos visto ações que o Cpers organiza apenas com um pequeno setor da vanguarda mais ativa dos grevistas, deixando de lado a grande massa dos professores e contribuindo para dividir a categoria e enfraquecer a greve. Vimos isso, por exemplo, nas ações de ocupação da Secretaria de das CREs. Por outro lado, tanto o Cpers como outras direções, como o Simpa (Sindicato dos Municipários de Porto Alegre), não têm política alguma para unificar os setores em luta e transformar em apoio ativo o apoio que as greves têm entre a população.

Nesse momento, a convocação de um dia de paralisação em todo o RS, fazendo um chamado às demais categorias que sentem os ataques – que atingem toda a população, e não apenas os servidores públicos – a se mobilizarem em defesa da educação, do patrimônio público que está sendo atacado pelos governos de Marchezan e Sartori. Essa paralisação nacional não poderia ser apenas um chamado “por cima”; precisaria ser construída pelos sindicatos na base de cada categoria, com assembleias de base, panfletagens, uma discussão viva que permitisse aos trabalhadores serem sujeitos ativos da construção de uma paralisação assim. Por outro lado, os parlamentares da esquerda, deveriam colocar todo seu peso para construir essa mobilização. Não adianta ficar apenas nas articulações de gabinete e nas reuniões com o governo. É preciso colocar o peso social que expressam seus mandatos na construção nos bairros, faculdades, escolas e locais de trabalho dessa luta, e a convocação dessa paralisação estadual seria uma peça-chave nesse sentido.

ED: E como você vê a relação da mobilização no RS com a situação nacional, em que os ataques do governo Temer vêm sendo aprovados um após o outro?

Diego: Como denunciamos com força a partir do Esquerda Diário e das colocações do MRT e do Movimento Nossa Classe, os ataques de Temer vêm sendo aprovados principalmente por responsabilidade da política traidora das direções sindicais, que, mesmo com todo o potencial de luta e resistência dos trabalhadores que se mostrou no 28 de abril, não fizeram o necessário para que essa força barrasse os ataques. A vitória da nossa resistência aqui no RS seria um grande fôlego e um ponto de apoio para retomar nacionalmente o caminho das greves e barrar as reformas e ataques de Temer.

 
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