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GREVE DOS PROFESSORES RS
Com ameaça de repressão a educadores, governo Sartori diz que professores são “truculentos”
Fernando Pardal
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É de um cinismo deslavado a coletiva de imprensa do governo Sartori feita na tarde dessa segunda-feira, 23. A secretária adjunta de educação, Iara Wortmann, e o chefe da Casa Civil, Fábio Branco, deram voz à postura intransigente e de ataque frontal aos direitos dos educadores do RS que vem sendo colocada por Sartori.

Dizendo que estão "abertos ao diálogo", eles colocaram os seus "exemplos" disso com o pagamento dos salários parcelados em primeiro lugar para os professores que recebem menos. Ou seja, na visão do governo é uma "benevolência" do governo pagar salários parcelados em uma ordem mais "justa"; outro exemplo do "diálogo" de Sartori é seu projeto de lei para a indenização do atraso dos décimo terceiros e dos salários não pagos.

O pagamento dos salários, o direito mais elementar de qualquer trabalhador, mesmo quando feito de forma parcelada, é tratado como um favor pelo governo Sartori. Enquanto isso, os exemplos de "diálogo" do governo que nós podemos dar são as ameaças de demissão dos contratados, ou a tentativa de atropelar a greve com um "calendário de reposição", as ameças de remoção de professores grevistas das suas escolas, e até mesmo a remoção de alunos das escolas em greve.

Fábio Branco hipocritamente apresenta a remoção de alunos como uma "bondade" feita aos estudantes a remoção de escolas. Diz que os professores estão "politizando" a greve quando decidiram bloquear as Coordenadorias Regionais de Educação como forma de impedir esse absurdo ataque aos grevista e também aos alunos, que se veriam subitamente transferidos de suas unidades escolares. Para Branco, isso é um ato "político".

Pois sim, Branco, é um ato político: e é uma política em defesa do direito de greve, e, portanto, da educação pública do RS; como é política também política a atitude do governo de destruir a educação e de tentar atacar o direito de greve dos educadores. O que há nessa greve é exatamente isso: uma luta política entre os educadores (e o povo que utiliza a educação pública) contra o governo (e os empresários que se beneficiam de sua política de desmonte da educação).

Os representantes do governo classificaram o bloqueio das CREs como "ilegal" e "irresponsável". Talvez eles não compreendam com adjetivos tão fortes a sua postura de deixar famílias de trabalhadores sem sustento, afinal, seus próprios salários (bastante altos, aliás) estão em dia. E, cinicamente, ainda reafirmou na coletiva que "não tem condições" de garantir que os salários não irão mais atrasar. Mais uma vez coloca a absurda chantagem de que a venda do patrimônio do estado e o mal chamado plano de recuperação fiscal são o caminho para pagar os professores.

Por sua vez, Iara Wortmann lamentou que o bloqueio das CREs impediu a "testagem" da Prova Brasil. A educação das crianças e adolescentes, contudo, não depende da realização de uma prova, mas sim de um investimento adequado em educação, o que requer, não apenas, mas em primeiro lugar, que os professores recebam seus salários. É uma hipocrisia nojenta que os representantes de um governo que não paga os educadores fale que a greve "prejudica os alunos", quando são eles os responsáveis pela destruição do ensino. Wortmann diz que o RS está "envergonhado"; e está, mas é de um governo que sequer paga os salários, já extremamente baixos, dos educadores.

Branco encerrou ameaçando explicitamente o uso de repressão contra os piquetes nas CREs, mostrando que a disposição de atacar os educadores vai até o ponto de usar a violência policial. Em suas palavras "nós não vamos abrir mão do direito do servidor chegar ao seu serviço".

Os educadores do RS seguem em sua heroica luta contra o governo de Sartori que quer acabar com a educação. E seguem como um exemplo de luta para todos os trabalhadores do Brasil contra os ataques de Temer.

Veja abaixo a íntegra da coletiva de imprensa do governo:

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