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INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Por intolerância religiosa, templo umbanda é incendiado em Campinas
Ítalo Gimenes
Mestre em Ciências Sociais e militante da Faísca na UFRN

Na madrugada desta quarta-feira, 18, um tempo de umbanda da cidade de Campinas, interior de São Paulo, foi destruído pelas chamas de um incêndio provocado pela perseguição à religião de matriz africana.

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Localizado no Jardim Nova Europa, a Tenda de Umbanda Vovô Trindade de Aruanda e Cigano Ygor pegou fogo após um tijolo arremessado contra o imóvel derrubar uma vela durante a madrugada do dia 18. Segundo a perícia, o fogo se espalhou após a vela ser atingida por um tijolo que partiu o telhado.

Representantes do templo organizam uma vaquinha na internet (contribua aqui) para reconstruir o imóvel e devolvê-lo ao proprietário. Um trágico fim a um templo que representava a cultura das religiões de matriz-africana na cidade de Campinas, última a abolir a escravidão no país. As paredes foram queimadas e parte do teto cedeu, um prejuízo de aproximadamente R$ 5 mil no imóvel. Além disso, estima-se um prejuízo de R$ 4 mil por conta objetos incinerados.

Em entrevista ao AcidadeON, o pai de santo David Ribeiro, coordenador do terreiro, disse que mudou o templo para o bairro há apenas dois meses, e que o início das atividades não agradou a vizinhança. "Já aconteceu de estarmos reunidos em uma oração, sem barulho, e ouvirmos o som de pedras batendo contra o telhado", disse. "Perdemos um trabalho de três anos, desde quando começamos o terreiro, no Taquaral. Enquanto as pessoas tiverem autorização para pegar um microfone e falar mal do credo dos outros, não vamos ter paz", analisa o pai de santo.

Racismo, capitalismo e a cidade de Campinas

Uma tragédia criminosa do ponto de vista da intolerância às religiões e a cultura de matriz africana, fortalecida pelos discursos da bancada fundamentalista, que educa traficantes evangélicos nos presídios para incendiarem diversos templos, como vem acontecendo no Rio de Janeiro. O Judiciário quando aprova o ensino religioso nas escolas fortalece essa ofensiva à cultura negra na cidade, que tem um legado histórico jamais ensinado nas escolas. Vereadores como Tenente Santini, Campos Filho, dentre outros, batalham para que o Escola sem Partido seja implementado na cidade e essa história nunca seja contada.

 
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