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GOVERNO DO RS TEM DIFICULDADES PARA APROVAR ATAQUES
Com medo da greve e base dividida, Sartori empurra votações do pacote para janeiro
Fernando Pardal

Após a aprovação do Plano de Recuperação Fiscal (PRF) acordado com Temer, Sartori precisa aprovar na Assembleia Legislativa diversas medidas de ataques a servidores e à população. Mas com medo da força da greve, nem a base do governo está unificada para a votação, e o governador quer esperar as férias para votar os principais ataques.

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Pelo menos um terço das 24 medidas de ataques previstas no plano conjunto de Sartori e Temer contra os trabalhadores do RS ainda não foi aprovado pelos deputados estaduais. Algumas dessas medidas, como o fim de reajuste salarial acima da inflação, se enfrentam diretamente com os trabalhadores em greve, que estão tirando o sono do governo.

Para que o plano entre em vigor e o estado receba as miseráveis contrapartidas – com a suspensão temporária de três anos do pagamento da dívida, que não vai diminuir um centavo dos bilhões dos cofres públicos que vão para o bolso dos banqueiros – o governo precisa aprovar a todo custo as medidas que restam. E antes disso, precisa aprovar a assinatura do acordo na Assembleia Legislativa, o que não será tão simples.

O líder do governo na casa, o deputado Gabriel Souza (PMDB), esperneia e acusa a oposição de inviabilizar o acordo: “A Assembleia não está conseguindo cumprir sua função. A oposição abre precedente perigoso ao se negar a dar acordo para as votações. Não está no papel deles impedir o Executivo de governar.” Contudo, o próprio Zero Hora revela as fissuras e dissidências na base do governo: os deputados não querem votar medidas para se enfrentar com a forte greve que tomou conta do estado. Isso fica claro quando vemos que os projetos mais difíceis para a aprovação são aqueles que mais atacam os direitos dos servidores, como o que retira a data-limite para pagamento dos salários e do 13ª e o de alteração da carga-horária dos funcionários da Susepe.

A tática comum, de comprar deputados com emendas e cargos, parece estar se esgotando, conforme desabafou ao Zero Hora um dos articuladores do governo na casa, dizendo que “Cargos, não tem mais”. Outro membro da base governista desabafou sobre a crise na aprovação dos ataques: “O governo reclama da oposição, mas somos minoria. Temos em média 15, 16 deputados.“ Um sinal desse desgaste na base foi a falta de quórum para encaminhar o projeto que reduz o número de servidores liberados para atividades sindicais: cinco deputados da base do governo não compareceram, sendo que dois estavam no plenário mas simplesmente não registraram presença para a votação.

Sartori está esmagado não apenas pela greve dos servidores, mas pelo calendário eleitoral de 2018 – que é também, além da greve, uma espada sobre a cabeça dos deputados. Para tentar driblar a greve, sua proposta é de deixar os projetos que alteram a constituição para a votação em janeiro, quando é mais fácil aprovar os ataques sem resistência. Entre estes, está a proposta de emenda à Constituição (PEC) que retira a necessidade de plebiscito para privatização de CEEE, Sulgás e CRM.

É importante compreender que a crise do governo para conseguir aprovar as medidas do PRF é uma conquista parcial importante da greve, e que mostra seu imenso potencial. A divisão entre os de cima enfraquece sua posição e permite o avanço da luta dos trabalhadores em greve para poder colocar de fato em xeque os ataques do governo. É uma questão de avançar com a greve e não deixar a luta esmorecer após os primeiros sinais de sua força e capacidade de deter Sartori, Temer e os deputados.

 
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