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DENÚNCIA CONTRA TEMER
Delação de Funaro gera atritos em Brasília, mesmo com negociações da Reforma da Previdência
Daniel Andrade

A delação de Funaro, reafirmando acusações de Rodrigo Janot contra Temer e vários de seus principais aliados políticos esquentou o clima das declarações em Brasília, apesar do esforço comum, repetido todos dias por Meirelles de votarem logo a Reforma da Previdência. O interesse comum em fazerem os brasileiros trabalharem até morrer não termina de resolver as contradições da política nacional.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chamou neste domingo de "incompetente" o advogado de defesa do presidente Michel Temer, Eduardo Carnelós. O advogado da acusação anterior, Antônio Mariz abandonou o presidente golpista para ficar na defesa somente do delator Funaro, pivô da nova temperatura alta no Planalto Central.

Esse atrito acontece ao mesmo tempo que Meirelles tem atuado para tentar acelerar a votação da Reforma da Previdência.

O parlamentar disparou críticas após Carnelós ter classificado como "vazamento criminoso" a divulgação dos vídeos da delação do operador financeiro Lúcio Funaro, que atingem Temer, servindo . "Não teve vazamento. O advogado é incompetente", disse Maia à Coluna do Estadão.

Os vídeos da delação de Funaro foram divulgados no site da Câmara em 22 de setembro, junto com os outros documentos relacionados à segunda denúncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) por organização criminosa. O material foi enviado pela presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, por meio de ofício expedido em 21 de setembro, uma semana após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar a denúncia. A mesma Carmen Lúcia que deu um sinal para a "casta política" dando o voto de minerva para que seja o Senado que tenha que afastar (ou não) Aécio deu esse outro sinal criando complicações, mesmo que remediáveis por interesses políticos e compra de deputados, para Temer.

A divulgação do material ocorreu na mesma semana em que o presidente da Câmara disparou duras críticas a Temer e ao PMDB, em razão do assédio dos peemedebistas a parlamentares do PSB com os quais o DEM negociava filiação. Os interesses contraditórios para 2018 não parecem, até o momento, colocar Temer em risco, porém mostram a profundidade da crise política do país e como importantes aliados para colocar pauta a reforma da Previdência não deixam de entrar em choque apesar de seus interesses de classe comuns.

Após Maia criticá-lo, o advogado de Temer divulgou nova nota neste domingo fazendo um "mea culpa". "Quando divulguei nota ontem, referindo-me a vazamento que qualifiquei como criminoso, desconhecia que os vídeos com os depoimentos de Funaro estavam disponíveis na página da Câmara dos Deputados. (...) Não poderia supor que os vídeos tivessem sido tornados públicos. Somente fiquei sabendo disso por meio de matéria televisiva levada ao ar ontem.", afirmou.

"Jamais pretendi imputar ao presidente da Câmara a prática de ilegalidade, muito menos crime, e hoje constatei que o ofício encaminhado a S. Ex.ª pela Presidente do STF, com cópia da denúncia e dos anexos que a acompanham, indicou serem sigilosos apenas autos de um dos anexos, sem se referir aos depoimentos do delator, que também deveriam ser tratados como sigilosos", acrescentou o advogado do presidente da República.

Na nota divulgada no sábado, 14, Carnelós criticou as autoridades que permitiram ou promoveram o vazamento, pois, na avaliação dele, elas deveriam "respeitar o ordenamento jurídico" Ele atacou também a imprensa, afirmando ser inaceitável a "publicidade espetaculosa à palavra de notório criminoso, que venceu a indecente licitação realizada pelo ex-PGR para ser delator, apenas pela manifesta disposição de atacar o Presidente da República." Carnelós segue um script de como dispensar nova delação que corrobora o afirmado por Janot usando a gravação de Joesley Batista com Temer.

No vídeo da delação de Funaro, o doleiro diz que era "lógico" que o ex-assessor especial do presidente Michel Temer José Yunes sabia que havia entregue a ele uma caixa com dinheiro em setembro de 2014. Diz, também, que Temer tentou favorecer empresas que atuam no porto de Santos (SP) durante tramitação da Medida Provisória (MP) dos Portos, em 2013.

Na primeira denúncia apresentada pela PGR contra Temer, por corrupção passiva, a presidente do STF também enviou para a Câmara os vídeos da delação da JBS, que basearam a peça acusatória. Da mesma forma, Rodrigo Maia ordenou que o material fosse divulgado no site da Casa, o que foi feito pela Secretaria-Geral da Mesa Diretora.

Com tantos cálculos levando em conta 2018, e com tantos recursos em verbas, propinas, não parece provável que a Câmara venha a dar continuidade a ação proposta pela procuradoria, mas os ruídos que surgem mostram como a crise política continua com "brasas vivas".

Com informações da Agência Estado

 
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