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CEARÁ
Vereador tem o cinismo de afirmar não haver crimes de homofobia ou racismo no CE

Nesta terça-feira, 10, o vereador Dummar Ribeiro (PPS) teve o cinismo de dizer que não há um único homicídio que tenha acontecido no Ceará por homofobia ou racismo, apesar da escalada de repercussão internacional de assassinatos de transexuais e da histórica perseguição policial aos negros.

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O vereador desafiou na Câmara Municipal que os demais vereadores o apresentassem um caso deste tipo.

O desespero do vereador deve tê-lo feito não refletir por um único segundo antes de afirmar tamanho absurdo, pois o próprio Ceará registrou 12 casos de homicídios a transexuais e travestis só até outubro deste ano, nos quais os próprios órgãos do governo apontam homofobia como causa direta da morte.

Além disso, a própria polícia se recusa a reconhecer e registrar dezenas de casos de violência descaradamente discriminatórios como sendo casos de violência praticadas por homofobia, transfobia ou racismo.

O caso de Dandara dos Santos é um exemplo de homicídio praticado por transfobia. Mais de dez homens foram identificados como os responsáveis por espancarem e matarem a travesti. O homicídio aconteceu em via pública em Fortaleza, e o que mais choca é que o crime foi filmado e compartilhado nas redes sociais. A brutalidade da violência ganhou repercussão internacional.

O vereador ignorou também o homicídio da travesti Ketlyn, no Juazeiro do Norte, morta a facadas por um homem de 22 anos, que confessou o crime, e foi solto pouco depois, no Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia.

O Ceará ocupa o 6º lugar no ranking de assassinatos a LGBTs no Brasil, de acordo com a mais antiga ONG LGBT da Bahia, mesmo diversos casos de homofobia não serem registrados como tal. Além disso, o Ceará também é considerado o 4º Estado mais perigoso para os negros, de acordo com o IVJ, Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial, que revela que a população negra entre 14 e 29 anos são as principais vítimas de violência.

Apesar dos fatos, o primeiro vice-presidente da Casa, Adail Júnior, do PDT, disse “concordar plenamente” com o vereador.
O vereador desafiou e milhares de comentários nas redes sociais mostraram os casos de homicídios e ele não voltou a se pronunciar sobre o caso.

Não há como esconder um fato: a homofobia, a transfobia e o racismo matam diariamente centenas de pessoas, no Ceará, no Brasil e no mundo todo. Muitas vezes inclusive crimes cometidos pelas mãos da Polícia, instituição que coleciona homicídios como conquistas. Precisamos combater a homofobia, a transfobia e o racismo com a auto-organização de todos os setores oprimidos e explorados da sociedade, sempre ao lado do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras.

 
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