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VIOLÊNCIA PATRIARCAL
Dia da menina: a terrível cifra da desigualdade
Ana Mirabal

Segundo dados da ONU Mulheres, mais de um bilhão de meninas são parte da futura geração de mulheres adultas. Considera-se o período da infância vital para o desenvolvimento de todo tipo de aptidões, que esse período deve ser destinado para descobrir o interesse das crianças, para aprender, para desenvolver-se segundo sua idade.

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Porém, a realidade não é a mesma para meninas de países desenvolvidos e aqueles que ainda não o são. As meninas sofrem discriminação de gênero, mas também de classe e cor de pele. No México, de acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEG), residem 19,4 milhões de meninas e adolescentes, esse setor constitui 16,2% da população total no México. Esse informe abarca vários aspectos da infância como : a mortalidade infantil, direito a educação, saúde e gravidez precoce.

Os riscos de mortalidade infantil foram reduzidos notavelmente. Em anos anteriores, em pleno século XXI, as meninas mexicanas morriam por doenças respiratórias, parasitárias, infecciosas, sem mencionar os riscos que suas mães enfrentaram durante a gravidez. Apesar de que, segundo o INEG se tenha diminuído a mortalidade infantil nos últimos vinte e cinco anos, é inadmissível que o direito à saúde seja ainda um privilégio.

As meninas de comunidades indígenas são as que tem os índices mais altos de mortalidade entre menores de um ano, enquanto que as mulheres adultas estão mais predispostas a sofrer violência obstétrica durante o parto e também a esterilização forçada. Não obstante esses dados não são mencionados no informe, somente anuncia que “a vulnerabilidade se associa a um “risco social” no qual podem incorrer setores da população devido a seu contexto socioeconômico, doméstico ou comunitário.

Nem todas tem as mesmas possibilidades de aceder a educação preescolar,obrigatória no México a partir dos 3 anos de idade. 1.146.359 meninas, que representam 35,4% do total de meninas entre 3 e 5 anos, não vão a pré-escola. Ainda que o relatório do INEG não explique as condições sociais dessa porcentagem de meninas entre 3 e 5 anos que não freqüentam a pré-escola, é de conhecimento público que a pobreza está intimamente ligada com a baixa escolaridade e o analfabetismo. Os índices mais altos de analfabetismo se encontram nas regiões menos desenvolvidas, assim indica o INEG, não obstante não especifica a que regiões do México se refere.

No que diz respeito às adolescentes, a UNICEF confirma que existem mais probabilidade de que adolescentes analfabetas se casem, que seus conhecimentos sobre o tema da saúde sexual e reprodutiva sejam limitados e que, por estas razões, sejam mães muito jovens. “As proporções de adolescentes analfabetas aumentam para aquelas localidades de menos de 2.500 habitantes”, afirma o INEG, quer dizer, mais uma vez, a classe social a qual pertencem estas adolescentes é transversal para todas as situações que expressa o informe citado. Entre os mais pobres, menos possibilidades tem concluir o nível básico da educação. Se elas cursaram, pelo menos, os primeiros três anos, são consideradas analfabetas funcionais, mas se esses conhecimentos não foram indispensáveis para sua vida cotidiana, regressariam ao analfabetismo.

As cifras sobre as condições de vida entre meninas e adolescentes que cmpõem os informes ano após ano são terríveis. Quanto maiores são as meninas, mais sofrem de violência e discriminação, ao chegar à adolescência os dados se agudizam.
Centenas delas abandonam a escola e serão mães e esposas antes de chegar aos dezessete anos, os trabalhos remunerados nos quais serão empregadas tem todas as características da precariedade (sem contar as duplas jornadas que recaem sobre as mulheres pobres: a manutenção do lar, o cuidado dos filhos e do marido), assim expressou a Rede Pelos Direitos da Infância no México.
Se bem que as meninas sofrem de violência e discriminação desde seu nascimento por pertencer ao sexo feminino, nem todas sofrem o mesmo nível de vulnerabilidade.

Alguma são expostas ao fenômeno do feminicídio desde o nascimento só por pertencer ao sexo feminino, isso devido ao fato das famílias preferirem filhos homens, posto que são menores os cuidados e maiores os benefícios em uma sociedade desigual e patriarcal como a nossa. Outras ainda sofrem a terrível mutilação feminina, prática de usos e costumes em alguns países da África. Centenas mais morrem nos primeiros anos por não contar com um sistema de saúde integra.

Alcançar graus de escolaridade a níveis superiores, como os estudos universitários, para as mulheres indígenas ou os setores mais precários da população é algo extremamente distante. A classe social a qual pertencem essas crianças será o fator determinante para que os exemplos citados se agravem ou diminuam. Não obstante, será uma porcentagem minoritária das mais de cem milhões de meninas quem, livre destes obstáculos para conseguir um desenvolvimento da infância e adolescência plenas.

Que a coragem e raiva que sentimos diante da situação das meninas e diante da violência patriarcal se transforme em luta e organização!

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Traduzido do Esquerda Diário México por Zuca Falcão.

 
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