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GREVE DA EDUCAÇÃO NO RS
Emocionantes relatos de professores mostram a força da greve da educação no RS
Redação Rio Grande do Sul

O Esquerda Diário coletou depoimentos sobre a greve da educação contra Sartori no Rio Grande do Sul, que expressam um pouco o sentimento dos professores e professoras gaúchas. A greve segue forte, e com unidade pode derrotar Sartori.

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Envie para o Esquerda Diário sua declaração à comunidade escolar ou um depoimento sobre a força e a proporção que essa greve está tomando. Veja os relatos:

"Senhores pais. É muito difícil a nossa situação. As decisões que temos que tomar neste momento de crise. São muitas as coisas que pesam na balança. De um lado vocês, seus filhos, os transtornos que uma greve causa. Do outro lado, um governo intransigente que não está preocupado com a educação e o serviço público do RS. Um governador que escolheu o lado mais fraco para oprimir, a fim de conseguir privatizar os bens do povo gaúcho.

E no meio estamos nós, professores que sofremos por 22 meses o parcelamento dos nossos salários. Vocês poderiam até dizer, mas estão recebendo. É verdade. Mas a que preço? Vocês não têm ideia da quantidade de juros que pagamos no banco e no comércio, nestes quase dois anos.

Não pensem que a greve é uma coisa boa para nós. Não pensem que estamos descansados e relaxados com esta suposta folga. Não estamos. Vivemos momentos de estresse intenso. Eu até pensei em voltar amanhã para a escola. Mas não posso.
Vai contra tudo o que acredito. Nenhuma greve de professores foi tão legítima como essa. Não temos garantia de receber nossos salários integrais ao final de cada mês. Sinto muito. Sei que está difícil pra vocês se organizarem nos lares de vocês, mas não posso. Estou lutando pelo que é certo e direito. Não posso abandonar a luta pela dignidade do professor. Eu não teria como encarar meus alunos amanhã. Estaria me sentindo covarde e indigna do respeito que eles tem por mim.

Fui criada para defender e respeitar o que é certo. E o certo neste momento, é lutar pelos meus direitos. Sei que é difícil, mas espero que compreendam meu posicionamento. Um abraço."
Professora Rosane, 3º ano, Colégio Padre Werner, Nova Petrópolis.

"Eu já recebi todo o salário do Estado. Mas meu umbigo é grande e cabe nele tod@s @s meus colegas. Por isso, continuo em GREVE!"
Professora Suzi Barros, Rio Grande.

"Sabem colegas eu consigo entender todos esses receios porque também experimento todos eles a tal ponto de atingir como para muitos de vocês meu emocional e minha saúde. Porém chega um momento que não dá mais para aceitar. Nem imagino diante de meus alunos se voltar agora sem condições de, sequer; chamar a atenção deles. Como vou ensinar coragem e determinação para minhas netas? Como vou me olhar todas as manhãs no espelho. Estou até com dor de ouvido mas quero resgatar um pouco nossa dignidade.

Sou professora porque amo o que faço e CHEGA! Não dá para aceitar tamanho desrespeito. Preciso ter forças para colocar em prática tudo aquilo em que acredito. Por isso acredito também que agora não é a hora de desistir. Estamos fortes temos que ter condições de perceber que todo esse terrorismo é para nos subjugar. Que o Universo nos dê força e coragem."
Professora Inês, escola Presidente Vargas, Caxias do Sul.

"E tem mais: se preciso for estarei em janeiro dobrando turno para recuperar as aulas, mas sabendo que meu salário será depositado em dia, que não pagarei juros, que terei meu décimo integral...

Respondam-me os que estão aflitos porque não terão férias:

Para onde vocês vão viajar completamente endividados e sem salário?

Ou como passarão férias tranquilas sabendo que quando voltarem ao trabalho não terão a certeza de um salário?

Se para ter PAZ temos que passar pela GUERRA, é isso que devemos fazer. Vamos lutar agora para descansar depois."
Professor Gabriel Farias, Porto Alegre.

"SOU PROFESSORA CONTRATADA E GREVISTA, E ASSIM PERMANECEREI! DA MINHA DIGNIDADE E DO MEU DIREITO DE LUTAR NÃO ABRO MÃO!"
Professora Carolina Tschechotzki, Escola Frederico Augusto Ritter, Gravataí.

"Não vamos arregar pessoal, não da mais pra ficar nessa situação se voltarmos agora é tudo perdido, ele ta com medo, ta acuado, vamos continuar, estamos adoecendo nas escolas professores despejados endividados, vamos continuar. É tudo ou nada."
Professor Eduardo Martini, Escola 25 de Junho, Porto Alegre.

"Muita calma nessa hora, cada nota que o governa lança é uma grande demonstração de desespero é sinal que a greve está surtindo efeito, não podemos recuar agora, precisamos derrotar esse governo e estamos tão próximos."
Professor Paulo Roberto Santos Silva, Tupanciretã.

"Aos Srs e Sras pais e mães no grupo:
Sou professora em Porto Alegre, mas também mãe de dois meninos. Sustento meus dois filhos e sou professora na escola onde eles estudam. Estou em greve e meus filhos sem aula. Não estou em greve só por meu salário (sou profissional, estudei anos e preciso de dignidade) mas também porque meus filhos precisam de respeito. Meus filhos são vítimas de um projeto de estado que não está "nem aí pro filho do pobre." Que obriga famílias a se destruírem pagando colégio particular, alguns com serviços altamente ineficientes só pra ter um direito básico, que é educação. Optei por colocar meus filhos em rede pública porque confio no trabalho de meus colegas e não vou criar meus filhos em uma redoma. Vão lidar com a realidade da maioria da população do Brasil, não serão uma casta.

Eu estou parada não porque eu quero mas porque todos os meses eu tenho contas atrasadas e não recebi, sequer, meu 13 salário. Não há amor que sustente tanto descaso, não há profissionalismo ou " sensibilidade" com meu cartão de crédito. Já são dois anos nesse inferno de não poder pagar as contas. Estamos pagando cheque especial, estamos ameaçados de sermos processados, despejados, não é por conforto que fazemos essa greve.

Eu me admiro muito da ingenuidade de famílias que se mostram preocupadas com a nossa greve, argumentando que os alunos NÃO TERÃO QUALIDADE no ensino que lhes será oferecido na reposição dos dias perdidos. Não perceberam que já faz bastante tempo que estamos trabalhando sem qualidade?! Lembram de professores pedindo contribuição para xerox? As salas estão cheias, não só de alunos, mas de variadas dificuldades de aprendizagem. E que profissionais o Estado oferece para encaminharmos seus filhos? Não temos funcionários o suficiente para a limpeza mais básica do ambiente em que seus filhos permanecem por quatro horas diárias. Não temos monitores para o recreio, segurança. Isso para citar alguns problemas presentes TODO DIA, há tempos. Mesmo sabendo que a educação de seus filhos vem se dando nestas condições, vocês acreditam mesmo que será a greve, um movimento que não é senão um grito de basta a tudo isso, que trará a falta de qualidade?

Quem precisa de protesto e pressão é o governo, nós professores já matamos um leão por dia, lutamos diariamente para que as escolas não fechem, as mantemos abertas com nosso suor( na maioria, nosso bolso, quem compra as rifas? Quem faz galetos?)

Essas medidas deveriam ser diariamente apoiadas por pais, reconhecidas. Quem sabe abrindo seus olhos, os pais façam "uma manifestação" em frente às CRÊs e exijam uma educação descente aos seus filhos e não exijam um retorno que objetiva escravizar os professores deles? Pensem a respeito.

A luta é dos profissionais em educação, de alunos, pais e comunidade. A luta é por todos e não contra todos!"
Professora Sandra Amaral, Porto Alegre.

"É isso que ele quer! Nos deixar com medo para que voltemos com o rabinho entre as pernas e que a gente se divida: contratados X concursados. Não podemos nos deixar abater e aceitar as ameaças.

Eu sou contratada, sei que a cada pedra que tu chuta sai dez da minha área, já recebi esse mês e corria o risco de ter meu ponto cortado sendo que é com esse único salário miserável que me sustento, sustendo minha casa sozinha. Mas eu não me entrego! Estou na luta pela categoria. Estou na luta por um bem maior! Estou na luta por mim, por vcs, pelos meus alunos e alunas, estou na luta pela família e assim permanecerei até que a categoria decida que é hora de voltar!

Não vamos nos deixar levar por essas ameaças ridículas é inconstitucionais! Vamos ser fortes! Greve até a vitória!"
Professora Joceara, Cristóvão de Mendoza, Caxias do Sul.

 
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