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ESTADO ESPANHOL
Massiva manifestação estudantil em Barcelona pela autonomia catalã
Marta Clar

Milhares de estudantes se manifestaram no marco da greve estudantil convocada pela defesa do direito de decidir do povo catalão e contra a repressão. Um bloco crítico defende a luta pela universidade pública e gratuita.

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Foto: ID.es

Desde o aumento da ofensiva reacionária contra o referendum do 1-O (1º de outubro), os estudantes se colocaram na linha de frente para dar uma resposta aos ataques. Primeiro foram os estudantes secundaristas, convocando uma greve para a quarta e quinta-feira, 27 e 28. Depois os universitários, convocando uma greve para essa quinta e hoje, sexta-feira, 29.

A manifestação que começou ao meio dia foi massiva, concentrando milhares de estudantes, tanto universitários, como secundaristas.

O percurso foi desde a Plaza Universidad, em frente à reitoria ocupada desde sexta-feira passada por milhares de estudantes, até a Plaza Espanya, recorrendo as principais vias de Barcelona e as ruas mais centrais da capital catalã.

Os principais gritos que se escutaram durante a marcha foram “votarem, votarem” e “els carrers seran sempre nostres”, em referência ao direito a decidir e contra a repressão do Governo federal. O canto de Els Segadors, entonado por milhares de vozes, foi, sem dúvida, outro dos momentos centrais da mobilização.

Na mesma manifestação houve também um bloco crítico com a plataforma “universitats per la república”, sob o lema de “Organizemo-nos. Pelo referendum do 1º de outubro e pela greve geral no dia 3 de outubro por uma educação gratuita e sem precariedade”, que conseguiu mobilizar a centenas de estudantes.

Centenas de estudantes não se sentem identificados com a linha programática de Junts pel Sí para defender o Referendum. Em várias assembleias na reitoria ocupada foi debatido somar-se à defesa do direito a decidir no próximo 1º de outubro, reivindicações próprias do movimento estudantil, como a demanda da educação pública e gratuita, e também sobre massificar o movimento por meio de gerar amplas assembleias em faculdades e institutos.

Assim, centenas de estudantes se reuniram em assembleia para discutir isso, além de pensar como enfrentar a repressão e organizar sua participação na greve geral que está sendo convocada para o dia 3 de outubro pelos sindicatos CGT, IAC, CNT, Co.Bas e COS.

A manifestação massiva teve um momento emotivo quando os bombeiros de Barcelona estiveram presentes na marcha estudantil. O bloco crítico ressonou com um só grito “bombeiros e estudantes, unidos e adiante”, “viva a luta da classe operária” ou “mais bombeiros e menos polícia”.

Além disso, a escalada repressiva do Estado espanhol contra o referendum do 1º de outubro chega às escolas e institutos. O Ministério Fiscal anunciou há poucos dias que enviou uma ordem à polícia para que circundem, desde esta sexta-feira, todos os colégios eleitorais e que interroguem os diretores dos centros educativos até o dia de domingo. O TSJC (Tribunal Superior de Justiça da Catalunha) deu ordem à Polícia Nacional e à Guarda Civil de não permitir a abertura desses centros educativos no 1-O.

Nesse sentido, ontem, quinta-feira a tarde, a Assembleia Groga, plataforma que agrupa diferentes setores da comunidade educativa, convocou às 18 horas uma concentração pelas liberdades e contra a repressão na Plaza Universidad.

O ato, celebrado na reitoria cheia de docentes e estudantes, denunciou a repressão que está acontecendo, em especial aos centros educativos, defendendo o direito a decidir, vinculando essa luta democrática com a defesa de uma educação pública, gratuita, democrática e de qualidade.

O lugar eleito, ocupado por centenas de estudantes, se converteu, nessa quinta-feira, em uma grande jornada de luta do movimento estudantil e do resto da comunidade educativa, que pode servir de empurrão para todas as ações que se organizem para os dias seguintes em defesa dos centros de votação e em defesa da educação pública.

 
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