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ELEIÇÕES ALEMÃS
Vitória amarga de Merkel, SPD afunda e os neonazistas entram no Parlamento
Josefina L. Martínez
Madrid | @josefinamar14

Merkel foi reeleita para seu quarto mandato consecutivo. Sobre isso não haviam dúvidas, mas o que não se esperava é que seu partido, a União Democrata Cristã, caísse tanto nas eleições. A CDU junto aos bávaros da CSU obtém 32,5% dos votos, quase 10% a menos do que conseguiram em 2013 quando tiveram 41,5% dos votos.

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No caso dos socialdemocratas do SPD, aqueles que até agora eram parte da coalizão de governo conhecida como a “grande coalizão”, tiveram sua pior eleição historicamente, retrocedendo para 20% dos votos (enquanto quatro anos atrás conseguiam um fraco 25,7%).

A novidade é sem sombra de dúvida a entrada da extrema-direita no Bundestag [Parlamento], o partido Alternativa para a Alemanha (Afd), que superou os prognósticos das pesquisas prévias, obtendo um pouco mais que 13% segundo as estimativas da TV pública alemã. A ultradireita se transforma assim na terceira força política no Parlamento.

O Partido Liberal, que há quatro anos retrocedeu tanto ao ponto de não conseguir entrar no Bundestag, se recuperou e alcançou 10%, localizando-se como novo aliado de governo para Merkel.

Martin Schulz apareceu rapidamente na TV reconhecendo sua derrota e mal resultado, falou de um momento “difícil e amargo” para o SPD e anunciou que o governo da “grande coalizão” com os conservadores acabou. A socialdemocracia liberal parou caro sua participação no governo junto a Merkel durante os últimos quatro anos (e antes no período 2005 - 2009).

Com a morte da possibilidade de uma nova “grande coalizão”, o pacto de governo mais provável é a chamada coalizão “Jamaica” (preta-amarela-verde) pelas cores dos partidos conservador, liberal e verdes.

No caso da esquerda moderada “Die Linke”, em sua sede se vivia um grande desgosto, ao se manter em um contínuo estancamento eleitoral enquanto o descontentamento com Merkel é capitalizado pela extrema direita.

A irrupção com 13% dos votos da Alternativa pela Alemanha, um partido criado há quatro anos, significa que uma formação de extrema-direita entra no Parlamento alemão por primeira vez desde o pós-guerra. Esse partido tem crescido de forma expressiva nos últimos anos, estimulando a xenofobia contra os refugiados e os muçulmanos. Seu crescimento levou a uma direitização dos programas de todos os partidos nessas eleições.

Ao tornarem-se conhecidas as primeiras estimativas com os resultados neste domingo, algumas centenas de pessoas se mobilizaram até o entorno do lugar onde a ultradireita Alternativa para a Alemanha comemora os resultados. A polícia está cercando os manifestantes que cantam palavras de ordem antifascistas e já se produziram algumas detenções.

Em sua coletiva de imprensa nesta noite, Angela Merkel se dirigiu especialmente aos eleitores de AfD. “Queremos recuperar os eleitores da Alternativa para a Alemanha, queremos resolver seus problemas e responder aos seus medos”, assegurou a chanceler, mostrando que seu governo se inclinará mais a direita em temas como a imigração.

A nova coalizão de governo será mais instável que a anterior, em um momento que o governo imperialista alemão enfrenta também novos desafios e contradições em escala mundial.

 
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