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RACISMO
Se agravam as perseguições no Rio contra as religiões de matriz africana
Pâmella Vaz

O cenário que encontramos atualmente no Rio de Janeiro é um agravamento ainda mais complexo da crise no estado, assim como o aumento das manifestações e ataques de intolerância religiosa.

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Templo de Bueno de Andrada ficou destruído após incêndio (Foto: Arquivo pessoal)

Na última quinta-feira (14), noticiamos aqui uma série de ataques a terreiros religiosos de matriz africana que tem ocorrido, agora a mando de traficantes em todo o estado do Rio.

No conteúdo dos vídeos que tem circulado nas redes sociais na última semana, é possível ouvir a fala de um dos traficantes que diz que, “todo mal tem que ser desfeito, em nome de Jesus”, ordenando que uma yalorixá destruísse as imagens sagradas do seu terreiro em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No outro vídeo, um homem faz um “lembrete” segurando um taco de baseball escrito “diálogo” a um pai de santo de que o seu chefe não queria macumba no local, dizendo que “é só um diálogo que eu tô tendo com vocês. Da próxima vez eu mato”, referindo-se para o pai de santo.

Essas perseguições e ataques contra as religiões de matriz africana que vem ocorrendo em diversas regiões do Rio, agora são comandadas por traficantes. Até o momento presente, apenas no mês de setembro, foram oito casos registrados no município de Nova Iguaçu. O serviço de denúncias e violações de direitos humanos do Governo Federal recebeu entre 2011 e 2016, cerca de 175 denúncias de intolerância religiosa no estado – cerca de 10% do total no país.

No sábado (16), milhares de pessoas ocuparam as ruas do Rio vestidos de branco no protesto contra a intolerância religiosa em Copacabana, após uma convocação de líderes religiosos, terreiros e representantes de diversas outras religiões.

As denúncias de ataques, principalmente nos terreiros de Candomblé e de Umbanda, que sofrem perseguições constantes, invasões e todo tipo de intolerância e violência, legitimam ainda mais o caráter racista dessas ações, aumentaram enormemente nos últimos anos, em 2011 foram 15 denúncias, passando para 759 em 2016 no país, e no Rio, sob a gestão do bispo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) Marcelo Crivella, essa situação se agrava mais ainda, pois o mesmo vem praticando uma perseguição e marginalização silenciosa da cultura negra no Rio sob o discurso de “evangelização” e “salvação”.

Dessa forma, o estado do Rio também é responsável por esses ataques e por criminalizar as expressões da cultura afro-brasileira, como o caso das religiões de matriz africana, pois não pratica o estado laico e acoberta os crimes de racismo religioso enquanto a bancada religiosa lucra milhões com as isenções de impostos de suas igrejas.

 
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