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IMPUNIDADE
Com ameaças a parentes das vítimas, começa julgamento de policiais pela maior chacina de SP
Flávia Telles

Nesta segunda-feira, 18, começa o julgamento de policiais e guardas acusados de participação na maior chacina de São Paulo.

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A previsão é de que o julgamento, no Fórum Criminal de Osasco, dure de sete a doze dias, e julgue 3 dos 4 acusados de terem participado da Chacina que assassinou 23 pessoas entre os dias 08 e 13 de agosto de 2015, nas cidades de Osasco, Barueri, Itapevi e Carapicuíba.

Dos 8 indiciados na chacina, os 4 acusados são os únicos que estão presos, são 3 PMs e 1 guarda municipal, e os outros 4 PMs seguem em liberdade, apenas afastados da função. São apenas 8 indiciados pela morte de 23 pessoas, já deixando claro que há policiais que nem sequer foram indiciados.

A chacina ocorreu em resposta a morte de 1 policial e 1 guarda municipal, só em Osasco e Barueri, numa mesma noite, foram 19 pessoas assassinadas e 7 feridas, por atiradores em bares pelas cidades.

Desde lá, familiares, amigos e conhecidos das vítimas vem sofrendo ameaças da polícia, mesmo agora com o julgamento, Zilda Maria de Paula, uma das mães que perderam seus filhos em Osasco relatou ao portal UOL "Eu estou tensa. Está todo mundo tenso. A informação que está sendo passada na favela, na última semana, é toque de recolher. É só andar acompanhado".

Ela ainda diz que a informação é que “se eles [acusados] forem absolvidos, vão comemorar aqui. Já se forem condenados, os amigos do batalhão prometem nova matança". Mesmo depois dos parentes mortos, as famílias ainda tem que conviver com o medo de serem também assassinados, mais um exemplo do que significa a polícia, seja militar ou civil, que persegue, encarcera e assassina a população pobre e negra, enquanto isso são julgados pela própria polícia e seguem impunes.

Alguns familiares e amigos, com medo por conta de diversas ameças que vem sofrendo tiveram que se mudar dos bairros, e hoje além da dor de ter perdido seus filhos, irmãos e companheiros, passam por dificuldades financeiras já que muitos dos que foram assassinados sustentavam as suas famílias. Para fortalecer as famílias e denunciar as ameças, várias mães fundaram uma associação chamada "13 de agosto" para inclusive cobrar do Estado indenização pela morte de seus filhos. A chacina da grande São Paulo só escancara a barbárie que significa todas as polícias, sendo seu papel a repressão em nome da manutenção da sociedade de miséria do capitalismo.

 
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