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General amigo do torturador Brilhante Ustra defende golpe militar em palestra da maçonaria
Redação
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Foto: Ivan Andrade

O general da ativa do Exército, Antonio Hamilton Martins Mourão, em palestra promovida pela maçonaria na última sexta-feira, dia 15, defendeu a necessidade de intervenção militar caso os problemas políticos e de corrupção não sejam resolvidos. Segundo ele, sua visão coincide com a dos seus “companheiros do Alto Comando do Exército”, que analisa que “estamos numa situação de aproximações sucessivas”, até chegar o momento em que “ou as instituições solucionam o problema político por ações do Judiciário retirando da vida pública os elementos envolvidos em ilícitos”, ou então “teremos que impor uma solução”. e ainda que “essa solução não será fácil” e que “trará problemas”. Veja o vídeo aqui.

Sob aplausos de seus “irmãos” membros da maçonaria, o general alega absurdos dizendo que sua “geração é marcada pelos sucessivos ataques” que a “instituição recebeu de forma covarde, de forma não coerente com os fatos que ocorreram no período de 64 a 85”, e que os militares torturadores buscaram “fazer o melhor” e “levam pedradas de todas as formas”. No Exército desde 1972, o general se coloca como “eterno integrante da inteligência”, referindo-se ao Serviço Nacional de Informações (SNI), serviço de investigação braço da repressão militar, para investigar, localizar e prender opositores, criado após o golpe de 64 e extinto em 1990.

Com sua autorização, o coronel Brilhante Ustra, primeiro militar reconhecido como torturador pela Justiça brasileira e acusado por mais de 300 crimes, foi homenageado em 2015. Após esse episódio e após defender o “despertar de uma luta patriótica”, criticando a então presidente Dilma Rouseff, Martins Mourão foi transferido do comando Militar do Sul para a Secretaria de Economia e Finanças do Exército em Brasília, já que militares da ativa não podem falar em assuntos políticos em público. No entanto, mesmo após essa primeira “punição”, o general sente-se a vontade para realizar declarações do tipo, exaltando a ditadura e defendendo intervenção militar.

Segundo reportagem da Folha de SP, em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército informou “que o Exército Brasileiro, por intermédio do seu comandante, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas tem constantemente reafirmado seu compromisso de pautar suas ações com base na legalidade, estabilidade e legitimidade”.

Ainda que de imediato uma intervenção ou golpe militar esteja mais presente nos discursos e nos sonhos dos mais asquerosos setores da sociedade, expressões como essas são fruto da crise orgânica que atravessa o regime democrático burguês, exposto na crise de representatividade, levando as diferentes instituições a tentarem dar uma resposta à crise, como por exemplo o papel que judiciário vem cumprindo na crise política e também na incipiente politização das forças armadas.

E soa ainda mais hipócrita o discurso de que ditadura militar resolveria o lamaçal de corrupção que o país está metido se lembrarmos que o inicio de toda relação corrupta das empreiteiras com o estado foram exatamente os militares que iniciaram enriquecendo entre si num dos períodos mais corruptos e obviamente o menos investigado na história do país.

 
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