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Letras USP irá paralisar contra a reforma curricular nessa quinta
Victoria Santello

Nesta quarta-feira, em assembleia de curso foi deliberado que a Letras irá paralisar nesse dia 14, contra a reforma curricular do CEE, aliado a luta contra os ataques do governo golpista de Temer.

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Na última reunião do Conselho de Centros Acadêmicos da USP foi votado um indicativo de paralisação no dia 14 de setembro, para ser discutido nos cursos, contra a reforma curricular e como parte de um dia nacional de mobilização contra os ataques do governo Temer.

Nas férias do meio do ano, fomos surpreendidos com uma deliberação do Conselho Estadual de Educação de mudança no currículo da pedagogia e das licenciaturas da USP, UNESP e UNICAMP. Essa deliberação altera a grade curricular, retirando matérias que já existem e inserindo 600 horas no caso da pedagogia e 200 horas no caso das licenciaturas de matérias de revisão do ensino médio.

Isso significa que matérias importantes para nossa formação como estudantes de letras serão substituídas por matérias que inclusive questionamos como o estudo da gramática normativa da literatura de maneira acrítica apresentado no ensino médio. Com a justificativa de suprir um déficit de conteúdos da educação básica, trazendo para a universidade uma precarização ao invés de melhorar a escola.

Totalmente atrelada à reforma do Ensino Médio e ao escola sem partido, essa reforma mexe nas bibliografias, coisa que não foi feito nem na ditadura militar, e hoje, num momento de crise social e política, o governo tenta se fortalecer com este ataque.

A aprovação dessa reforma traz ainda outro problema. A Universidade não tem professores para ministrar essas aulas e a contratação está congelada pela reitoria. Isso quer dizer que há duas opções: ou essas matérias serão dadas à distância, como o ensino de libras na licenciatura, ou serão contratados professores temporários, com baixos salários, fora do regime que os professores atuam hoje, acabando com a pesquisa e a extensão.

Esse ataque tem o objetivo claro de sucatear a educação, uma vez que pressupõe que os alunos de licenciatura devem ter um curso inferior aos do bacharelado, como já acontece com os cursos em que a licenciatura e o bacharelado são separados desde o vestibular. Faz parte de uma lógica tecnicista da educação do governo golpista para formar mão de obra alienada nos postos de trabalho sucateados pela reforma trabalhista.

Nesse sentido, nós da Faísca – Anticapitalista e Revolucionária, vemos que esse dia de paralisação pode se transforma num importante espaço de discussão sobre quais são os ataques dessa reforma, ao mesmo tempo que podemos debater sobre qual o papel nós, estudantes da letras podemos cumprir. O que para nós está diretamente relacionado a colocar como não iremos permitir que a nossa formação seja prejudicada e nosso futuro seja atacado, por um conselho escolhido a dedo pelo tucano Geraldo Alckmin e vinculado ao Banco Central e as universidades privadas. O maior curso de uma das maiores universidades da América Latina pode cumprir um papel importante para barrar essa reforma, mas para isso todos os estudantes devem estar esclarecidos e mobilizados.

A paralisação do dia 14 deve servir como uma demonstração de força contra os ataques da reitoria, do CEE e do governo Temer e um espaço para discussões e debates com os estudantes.

 
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