A categoria é uma só, mas os governos e patrões tentam dividir os trabalhadores. É assim em São Paulo, no Rio, aqui e em todo o país. No magistério gaúcho temos uma enorme porcentagem de trabalhadores em educação contratados (cerca de 40%) que desempenham a mesma função dos efetivos, mas que ganham menos. São também os que mais sofrem, pois não possuem as mesmas garantias e direitos dos nomeados e são os mais perseguidos pelas coordenadorias e direções de escola com ameaça de retirar o vínculo, principalmente durante a greve, ameaça que serve como perseguição política por parte das direções e governo.
Porque alguns trabalham igual e recebem menos? Temos professores contratados que estão em “regime de urgência” há 5, 10, até 20 anos! Que regime de “urgência” é esse que dura anos? A direção do CPERS diz que luta pelos contratados, bem como parte da oposição também, porém não vemos uma luta concreta em defesa dos contratados.
Quando perguntamos qual a política a direção tem para os contratados, a resposta é sempre a mesma: defendemos que o governo faça concurso público.
Este momento de mobilização e de luta dos trabalhadores em educação precisa exigir que todos as reivindicações da categoria sejam atendidas. Nós do Movimento Nossa Classe defendemos que a greve incorpore em suas pautas a efetivação imediata de todos e todas professoras e funcionárias do RS. Defendemos intransigentemente que para o mesmo trabalho exista o mesmo salário e as mesmas condições para todos os trabalhadores.
Essa política levada a frente seria uma conquista histórica colocando todos os trabalhadores e trabalhadoras em educação do RS nas mesmas condições de trabalho e ao mesmo tempo uma vitória contra a precarização do trabalho na educação imposta por inúmeros governos no pais.
A greve que já completou uma semana e segue muito forte, mesmo com os últimos depósitos do governo Sartori. Agora a ameaça de que o próximo mês cairá apenas no dia 15 de Outubro é mais uma demonstração de que devemos ampliar ainda mais a nossa luta. Inclusive, mesmo a parcela recentemente depositada para muitos servidores vem sendo comida pelos juros dos bancos.
A categoria não aguenta mais não só o parcelamento, mas também os 3 anos de salários congelados, dívidas com os bancos oriundas do parcelamento e também do calote sobre o décimo terceiro de 2016 que o governador está pagando em 12 vezes, sem contar o vale fome que não chega a 5 reais por dia.
A greve continua pela força de mobilização que já estava acontecendo em todos os cantos do RS. Antes mesmo do parcelamento, enormes exemplos de autorganizacao por escola dos educadores estaduais demostraram a força que esta mobilização atingiu no RS.
A grande luta dos educadores do RS é a luta de todos os trabalhadores do país!
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