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Veto ao Esquerda Diário em Santo André
Maíra Machado
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Há dois meses lançamos no Brasil o “Esquerda Diário” que é parte de uma rede de diários internacional que busca informar desde o ponto de vista da esquerda e dos trabalhadores. O Esquerda Diário é hoje um dos sites mais acessados da América Latina, publicando o que a mídia burguesa boicota.

Assim foi na greve dos professores de São Paulo. Enquanto toda a mídia oficial fingia que a greve não existia e só falava sobre a luta dos professores para referendar as mentiras de Alckmin que afirmava que todos os professores ganham bem e que a greve não tinha nenhum motivo real, o Esquerda Diário fez a cobertura completa, denunciando o governo e nacionalizando essa importante batalha.

Nosso diário tem lado e nos orgulhamos de ser a voz dos trabalhadores e de suas lutas!

A mídia oficial se esconde atrás de um discurso da imparcialidade para bombardear milhões de trabalhadores todos os dias com a ideologia burguesa. Atua junto com os governos para dividir os trabalhadores, defende a terceirização, propaga o racismo e a homofobia, defende a polícia. Se dizendo imparcial lota seus programas de televisão no chamado “horário nobre” com notícias sobre adolescentes criminosos para referendar a necessidade da redução da maioridade penal e encarcerar nossos jovens!

Além disso, é através da mídia burguesa que são estabelecidos padrões de comportamento e de beleza. É a mídia oficial que estabelece qual deve ser modo de vida, de cultura, de arte e de pensamento. Os jornais e as novelas estabelecem os sonhos que devemos sonhar e jogam nossas aspirações na miséria do possível.

Assim, o Esquerda Diário, mesmo com todo o bloqueio que a burguesia tenta impor as ideias questionadoras e revolucionárias, busca se colocar como a voz da maioria, buscando chegar a milhões de trabalhadores com uma ideologia de libertação daqueles que hoje são explorados. Não nos escondemos no discurso da imparcialidade, nos orgulhamos de ser um diário de combate.

A mídia de esquerda e a luta pela unidade dos trabalhadores

Na última reunião de RE (Representante de Escola) da Apeoesp de Santo André, que por falta de quórum se transformou em executiva ampliada, a direção majoritária da subsede, que tem a frente um pequeno grupo chamado Espaço Socialista, que constrói a corrente sindical Renovar Pela Luta, se posicionou e chamou a votar que as notícias do Esquerda Diário não fossem publicadas nas listas de discussão do sindicato! A desculpa para colocar essa discussão é que nas listas dos professores devemos discutir somente o que é pertinente a categoria e unitário, e que nenhuma corrente política deveria usar esse meio de comunicação para publicar suas ideias!

Ao serem questionados se seria permitido publicar notícias da mídia burguesa, responderam prontamente que sim, pois elas são imparciais! Não vamos mais uma vez aqui explicar que a mídia burguesa não é imparcial e que está contra os trabalhadores e sobre esse ponto, chamamos os companheiros a junto com a gente combater a enganação e o bombardeamento ideológico que sofrem os trabalhadores todos os dias.

Infelizmente, essa prática que vemos na subsede de Santo André é comum no sindicalismo brasileiro e já faz um tempo que a direção majoritária da subsede coloca que as correntes políticas da esquerda não podem passar nas escolas com materiais próprios e que todos devem discutir com os professores somente o que é de acordo entre todas as correntes que atuam no sindicato. Também defendem que as discussões sejam somente sobre o que se relaciona a professores, ou seja, devemos discutir com os professores apenas o sindicalismo cotidiano. Mais de uma vez disseram que são contra a publicação de notícias do Esquerda Diário, pois defendem uma concepção diferente do MRT de atuar no movimento sindical.

Infelizmente a concepção dos companheiros é adaptada ao sindicalismo brasileiro construído nos últimos anos que parte do princípio que cada um deve ficar no seu quadrado e que aos trabalhadores não cabe opinar sobre as grandes questões políticas que tomam o país e o mundo. Sendo assim, corroboram para o corporativismo, que ajuda a burguesia a nos dividir, já que com os professores só podemos falar sobre os próprios professores!

A luta das outras categorias, de acordo com essa concepção, não deve influenciar os professores! E mais, é preferível que os professores tomem posições sobre o mundo através da burguesia que tem o monopólio de todos os meios de comunicação, pois para essa concepção, o trabalhador conhecer as diversas ideias das correntes de esquerda que atuam no sindicato, atrapalha.

Além disso, colocam como argumento de força que quando buscamos influenciar os professores com o Esquerda Diário, buscamos construir a nossa corrente e não o movimento dos professores! Sim, partimos de concepções diferentes, nós não separamos nossas ideias da construção da nossa corrente! Acreditamos que o movimento operário se constrói a partir do livre debate de ideias e que já existe a burguesia para proibir a livre expressão da esquerda e da luta cotidiana dos trabalhadores contra o capitalismo.

Essa é a tradição do movimento operário mundialmente, para os interessados, vejam as inúmeras polêmicas públicas que faziam os revolucionários russos disputando ideias e sim disputando mentes e corações!

Defendemos a unidade dos trabalhadores: por isso lutamos contra o corporativismo

A classe trabalhadora é uma só, partilhar das lutas de outras categorias é muito importante para que nossa classe se fortaleça e se prepare prática e teoricamente para lutar contra os poderosos que sugam nosso sangue e suor todos os dias.

Lutamos para que os trabalhadores entendam que precisam fazer política e que esse não é um trabalho menor para deixar nas mãos da burguesia, que através de todos os meios de comunicação tenta convencer que a política é para os de colarinho branco, que cabe a nós o papel de expectadores da vida, não de principais transformadores da realidade.

Por isso, impulsionamos o Esquerda Diário abrindo espaço para outros grupos e partidos de esquerda, através de entrevistas, matérias e depoimentos e nesse sentido mais de uma vez convidamos companheiros da corrente majoritária da Apeoesp de Santo André a darem entrevistas e a colocarem suas posições nesse instrumento de grande alcance nacional.

Por fim, reivindicamos muito o Comando de Greve formado em Santo André e sua transformação em uma executiva ampliada no pós-greve, mas achamos que dar voz aos professores que se somam a luta nesse momento só será possível se for permitido a eles conhecerem as distintas visões que estão dentro do nosso sindicato e por isso lutamos para que todas as correntes da esquerda possam se manifestar livremente nas listas de discussão dos professores.

O momento político que vivemos pode ser decisivo, por isso defendemos que as antigas práticas sejam abandonadas pelos sindicatos e que o espaço para o novo seja aberto, fazendo com que as ideias da esquerda possam chegar a milhões de pessoas.

 
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