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POVOS INDÍGENAS
Índios denunciam massacres em região de maior concentração de tribos isoladas no Brasil
Redação

No Amazonas, na fronteira com Peru e Colômbia, localiza-se a Terra Indígena Vale do Javari. Em uma região do tamanho de Portugal, com a maior concentração de Índios isolados, várias etnias estão sendo massacradas enquanto o Ministério Público e a Funai afirmam que há "falta de provas".

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Nesta semana estourou mundialmente a notícia que em agosto passado ocorreu o assassinato de índios isolados denominados “flecheiros”. De acordo com a denúncia de povos da região, a possibilidade é de que mais de 20 índios, incluindo mulheres e crianças, haveriam sido assassinados por garimpeiros e jagunços que atuam ilegalmente extraindo ouro da região.

O Ministério Público do Amazonas havia confirmado, no dia 08 de setembro, por meio de sua assessoria de imprensa para o portal Amazônia Real o massacre, porém logo após a gigantesca repercussão nacional e até internacional, sem maiores detalhes, recuou da conclusão três dias depois. No entanto, as lideranças indígenas dizem ter certeza do massacre. Paulo Marubo, coordenador-geral da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), afirmou em depoimento:

Para a Funai não teve conflito. Mas as informações que chegam dos parentes é que os isolados foram massacrados. Tem a visão indígena e a visão do Estado. O Estado não vai dizer o que está acontecendo. Para o Estado, está bom, tudo bem. Mas teve massacre.

Outras mortes estão sendo investigadas na mesma Terra Indígena. Índios da etnia Kanamari denunciaram morte de índios Warikama Djapar. O Ministério Público Federal também não confirmou as mortes.

Jucá e a bancada ruralista são responsáveis pelos ataques aos Índios isolados

A Univaja e muitos índios do município de São Paulo de Olivença vem denunciando as violências cometidas por garimpeiros na Terra Indígena que avançam sobre o rio Jandiatuba. Sobre o impacto do garimpo nos territórios indígenas, Paulo Marubo denunciou que a situação vem piorando devido a sucateamento dos serviços que deveriam ser oferecidos pela Funai.

Em 2014 uma base de proteção a índios isolados foi desativada e o financiamento da Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari (FPEVJ), vinculada à Funai, vem sofrendo cortes importantes. Em especial a Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) perdeu, desde de 2015, 60% de seu orçamento.

Como não bastasse o sucateamento da FUNAI, o senador Romero Jucá (PMDB) e a bancada ruralista buscam nomear para CGIIRC uma indicada sua com perfil ligado ao turismo e um engenheiro elétrico.

Nenhum deles referência das populações indígenas. Importante lembrar que Jucá já foi acusado pelo líder Yanomami Davi Kopenawa de incentivar o garimpo nas terras de seu povo. Se as denuncias sobre os massacres no Vale Javari se confirmarem estaremos diante de mais um genocídio indígena nas dimensões do massacre na aldeia Haximu, em Roraima, quando 16 yanomamis foram assassinados. Mais uma vez a bancada ruralista será corresponsável.

O Esquerda Diário segue acompanhando este e os demais casos de massacre e perseguição aos povos indígenas que lutam pelas demarcações de terras e se enfrentam diretamente com os interesses espúrios dos capitalistas corruptos, desmatadores e assassinos. É urgente a formação de uma comissão de investigação independente ligada aos povos indígenas e às organizações sociais que apure todos os crimes e lute pela punição imediata de todos os assassinos, apure e puna o garimpo ilegal e o desmatamento das terras dos povos originários.

 
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