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CORRUPÇÃO
Joesley Batista é preso, mas continuam intactos seus bilhões de reais
Flávia Telles

Joesley Batista e Ricardo Saud, empresário e executivo da JBS, tiveram suas prisões pedidas pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, e autorizadas pelo ministro do STF relator da Lava-Jata Edson Fachin. Ambos se entregaram em São Paulo no domingo e agora seguem para carceragem em Brasília.

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Depois que o ministro do STF Edson Fachin autorizou o pedido de prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud neste domingo pela manhã, os empresários se entregaram na sede da Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo, no bairro da Lapa.

O empresário e o ex-executivo da JBS tiveram prisões decretadas a partir da solicitação do procurador-geral da república Rodrigo Janot, por violação do acordo de delação premiada. Para o ministro, há "indícios suficientes" de que os dois violaram o acordo de colaboração premiada ao omitir a participação do ex-procurador Marcello Miller no processo de delação. Fachin afirmou ainda que há indícios de que as delações ocorreram de maneira "parcial e seletiva".

Desde ontem Joesley Batista estava no prédio da Polícia Federal em São Paulo, mas agora pela manhã já saiu de lá e foi conduzido ao aeroporto de Congonhas de onde tomará um vôo para Brasília em direção ao Instituto Médico Legal (IML), onde fará exame de corpo delito antes de seguir para carceragem.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia determinado que os mandados de prisão sejam cumpridos com a "máxima discrição e com a menor ostensividade". Como se tratam de prisões temporárias, eles devem ficar presos pelo menos até esta sexta, 15, e a partir daí a prisão pode ser prorrogada ou transformada em preventiva.

Os benefícios concedidos a Batista e Saud foram suspensos temporariamente por determinação de Fachin. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, se a anulação da imunidade penal for mantida, uma das linhas de defesa analisadas pelos advogados de Joesley e da J&F é interromper a colaboração com a Justiça. Em outras palavras, colocar fim à delação premiada. Se isso ocorrer, todos os processos e procedimentos instaurados com base nas informações prestadas por Joesley e Saud sofrerão prejuízos imediatos e deverão ser comprometidos.

Se Joesley deixar de colaborar, isso poderia inviabilizar dezenas de processos contra políticos citados pelos executivos da empresa, entre eles o presidente golpista Michel Temer e o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que foram alvo de gravações feitas pelo empresário.

Diversas hipóteses se abrem a partir da prisão do empresário que mais ganhou regalias e impunidade, justamente pelos acordos feitos pelas mãos de Janot, que agora pede sua prisão em busca de retomar sua credibilidade. Mas ainda que Joesley perca sua imunidade, sua empresa permanece com seus bilhões intactos, seguindo lucrando com a exploração dos trabalhadores.

Existem múltiplas razões, portanto, para que a JBS seja expropriada e colocada sob controle dos trabalhadores, sem nenhuma indenização aos irmãos Batista. Isto é parte do combate, da mesma forma, contra a enorme precarização do trabalho e o alto índice de acidentes de trabalho existente na JBS. Este programa elementar, que deve reverter os lucros acumulados pelos Batista para os serviços públicos como moradia, saúde, educação e transporte, é parte de um combate de conjunto ao regime político e a associação inerente entre políticos burgueses e empresários na corrupção, que deve estar contida numa Assembleia Constituinte Livre e Soberana, imposta pela luta dos trabalhadores, de conteúdo anticapitalista.

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