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RACISMO
Jogador de futebol americano da NFL está desempregado por protestar contra o racismo
Redação

Após protestar contra a violência policial que extermina a população negra norte-americana durante a execução do hino nacional dos EUA em uma partida de futebol americano, O quarterback Colin Kaepernick não recebe ofertas de contratação pelas franquias da NFL por “antipatriotismo”.

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"Não vou me levantar para mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime as pessoas negras. Para mim, isso é mais importante que o futebol. Seria egoísta de minha parte olhar para outro lado. Há cadáveres nas ruas", disse na época o jogador.

O jogador ganhou destaque em 2012 pela sua atuação no Superbowl onde encerrou um jejum de 18 anos da franquia de San Francisco, no entanto segue a mais de um ano sem qualquer oferta de contrato por parte das franquias de futebol americano.

Algumas franquias se pronunciaram, dizendo que não o contratam para evitar repercussão negativa da imagem da empresa, como é o caso de John Mara, coproprietário do New York Giants que declarou: "Em todos os anos nessa liga, nunca recebi tantas cartas cheias de paixão como com esse tema. Se qualquer um dos nossos jogadores fizesse algo assim, não voltaríamos para outro jogo dos Giants".

Outras no entanto evitaram o assunto ou deram outros motivos para a não contratação do quarterback. Enquanto isso, o jogador é reconhecido por setores e terá inclusive alguns de seus pertences expostos na próxima mostra sobre o movimento "Black Lives Matter" realizada pelo Museu de História Afro-Americana, inaugurado em 2016 pelo então presidente Barack Obama.

O jogador demonstra se mantém firme em suas posições políticas a respeito do racismo e da violência contra negros. No feriado de 4 de julho deste ano, dia da comemoração da independência dos EUA, o jogador publicou um vídeo nas redes sociais declarando: "Como podemos verdadeiramente comemorar a independência em um dia em que intencionalmente a dos nossos ancestrais foi roubada? Para encontrar minha independência, vim para casa".

Kaepernick também declarou sua opinião a respeito de Donald Trump, atual presidente dos EUA dizendo que Trump é um racista aberto. As tensões e conflitos raciais permanecem borbulhando no país, como fica evidente na manifestação racista ocorrida mês passado em Charlottesville, que culminou com o atropelamento de uma mulher por um neonazista e Kaepernick está recebendo o apoio de torcedores que fizeram um protesto na frente dos escritórios da NFL em Manhattan, exigindo sua contratação para esta temporada.

É um absurdo que um jogador reconhecido pelo seu desempenho seja boicotado por franquias desportivas por se manifestar contra o racismo da polícia norte-americana enquanto o presidente do país recebe o apoio de setores neonazistas, isso demonstra em função de quem estão os grandes empresários norte-americanos. O conflito racial existente, diferente do que alguns setores pregam, não se trata de um problema de conduta de alguns policiais ou de manifestações isoladas de supremacistas brancos, mas sim de um conflito que encontra respaldo nas posições expressas por Trump e no boicote sofrido por Kaepernick por parte da NFL.

 
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