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CENTRAIS SINDICAIS
CUT e CTB seguem "firmes" na política de paralisar a luta contra as reformas de Temer
Fernanda Peluci
Diretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe
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Após traírem a última greve geral marcada para dia 30 de julho, passarem dois meses após a provação da Reforma Trabalhista sem demonstrarem nenhuma resistência contra a mesma e ajudarem Temer se estabilizar após os escândalos de corrupção após as delações da JBS, as grandes centrais sindicais do país seguem cumprindo um papel lastimável entregando a luta dos trabalhadores.

Em declaração mentirosa, o presidente da CUT Vagner Freitas diz que "vamos estar muito engajados de reverter este processo da Reforma Trabalhista". "Quando" não sabemos, pois desde a aprovação dela nenhuma ação para se avançar nesta luta foi vista por parte da Central, pelo contrário: jogaram um balde de água fria nos trabalhadores de norte a sul do país que após duas grandes greves gerais viram o silêncio absoluto das grandes centrais. É necessário retomar imediatamente o caminho da greve geral!

Em nota, a CUT afirma que dia 14 está preparando um "Dia de mobilização", que na realidade não passa de um calendário totalmente divisionista dos trabalhadores nacionalmente, onde está prevista somente a paralisação de metalúrgicos em determinados estados, deixando todos os demais trabalhadores sem nenhum plano de lutas consequente para barrar as reformas.

"Vagner Freitas destacou que a CUT continua firme, mesmo neste momento difícil que o país está passando", diz a nota no site da CUT. No que Vagner Freitas e a CUT "seguem firmes" (e não colocaram na nota) é no plano de paralisar qualquer tipo de resistência dos trabalhadores contra as reformas, pois seguem sem apresentar nenhum plano de luta concreto contra as mesmas até então.

Vagner Freitas ainda afirma que caso seja aprovada a Reforma da Previdência que "vamos parar o país". O que esperar desta central sindical que lança o que chamam de "plano de lutas" um calendário que propõe somente para o próximo dia 7 de setembro o "lançamento da campanha pela anulação da Reforma Trabalhista" sendo que a mesma foi aprovada há quase 2 meses, dia 11 de julho, e até agora nada fizeram? Isso nem de longe se chama "plano de luta" pois está mais do que claro que não querem fazer é nada, não querem lutar, e é evidente que uma "campanha" chamada a essa hora não passará de papel molhado.

E mais: das poucas e inofensivas ações que a CUT convoca em seu "calendário de lutas" considera como "momentos importantes" ações que incluem ato em Curitiba em defesa de Lula presidente, e "engajamento dos CUTista na caravana do ex-presidente Lula". Ou seja,o tal "plano de lutas" está mais para "plano de reeleição de Lula" do que qualquer outra coisa.

Não bastasse a CUT, o PCdoB (partido que dirige a CTB) vêm cumprindo um triste papel no último período mostrando de que lado atuam na luta contra as reformas e privatizações. Este partido teve como convidado de honra do seu Congresso na última semana o ilustre golpista Rodrigo Maia que chegou a levantar altos elogios a quem intitulou de "amigos" a militância do PCdoB, afinal de contas foi graças à articulação deles que Maia conseguiu apoio entre a oposição do governo Temer para se eleger e reeleger como presidente da Câmara.

Não somente este papel de aliança com golpistas cumpre, mas também no âmbito da luta trabalha cotidianamente para enterrá-las, como foi o caso da campanha contra a privatização do Metrô de SP, onde a militância do PCdoB cumpriu o nefasto papel de manobrar uma assembleia em que havia sido votado greve contra a privatização do qual a mesma arruinou. Ou seja, além de não construírem nada enterram a mobilização daqueles que querem lutar.

Já a Força Sindical, que de "opositora" já não tem mais nada há muito tempo, está diretamente em diversas negociações com o governo Temer, chegando inclusive já a declarar que a Reforma Trabalhista "é boa", vendendo-se descaradamente aos patrões.

"Oposição responsável" das grandes centrais frente à Temer: O que está em jogo?

Esta oposição branda, pacífica e inofensiva da CUT e CTB (em pior medida da Força Sindical que já não mais esconde sua conciliação de classe) traz por trás dois pontos chave que esclarece tal inofensividade: panos quentes na crise política nas alturas para buscar melhores condições para a eleição de 2018 com Lula como candidato (com o mesmo já dando declarações dizendo que não anulará a Reforma Trabalhista caso seja eleito), onde o próprio ex-presidente já vem fazendo "caravanas" Brasil afora elogiando golpistas como Calheiros e Sarney; assim como o balcão de negócios que envolve a questão do imposto sindical para estas centrais sindicais.

Isso sem esquecer da Força Sindical, que já desde antes da aprovação da Reforma Trabalhista sentava na mesa com os golpistas colocando abertamente o seu real interesse pela manutenção do imposto sindical, rifando a luta de dezenas de milhares de trabalhadores e mostrando seu lado pró-patronal mais declaradamente.

Negociatas para o imposto sindical seguem a todo vapor em Brasília (inclusive em meio do Congresso da CUT) em detrimento de um plano de lutas consequente para anular a Reforma Trabalhista e impedir que a da Previdência avance, para seguirem garantindo os privilégios aos dirigentes sindicais destas Centrais, como as regalias de não trabalharem por anos (ou décadas) por serem diretores dos sindicatos as quais as centrais são filiadas por exemplo, entre outras ganhos materiais que estavam em jogo na Reforma Trabalhista e que a burocracia sindical tenta usar como moeda de troca com os mesmos golpistas de sempre, rifando assim conquistas históricas dos trabalhadores ao abdicar da luta contra a retirada de direitos no momento em que os trabalhadores estavam parando a produção com greves gerais e saindo às ruas.

Fica, então, cada dia mais evidente os reais interesses do abandono da luta por estas centrais, assim como os pontos principais que levam a que hoje CUT, CTB, Força Sindical e tantas outras sigam inativas e vendendo os direitos dos trabalhadores em busca de seus próprios benefícios.

Frente à estas traições das direções sindicais onde os trabalhadores puderam sentir na própria pele não nos resta dúvidas de que temos que retomar os sindicatos das mãos da burocracia, trazendo-os de volta para as mãos dos trabalhadores, e varrer estes parasitas dos sindicatos tirando os trabalhadores das mãos destas burocracias sindicais conservadoras e autoritárias, que vendem nossos direitos para manterem seus próprios privilégios, para que os sindicatos sirvam definitivamente como instrumentos para avançar nas lutas.

Absolutamente nenhum aceno à uma nova greve geral como continuidade da forte mobilização dos trabalhadores no primeiro semestre deste ano foi dado até então pelas centrais sindicais, mobilização essa que poderia ter tido continuidade para inclusive derrubar o presidente Temer, que naquele momento se encontrava com a corda no pescoço. É necessário retomar imediatamente o caminho da greve geral! Fazemos um chamado às organizações de esquerda, aos movimentos sociais e as Centrais Sindicais combativas como a CSP-Conlutas, para que exijam da burocracia sindical a retomada do caminho de construção de uma nova Greve Geral para anular a reforma trabalhista e barrar a ofensiva privatista e as reformas política e previdenciária.

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