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TRABALHO ESCRAVO
Marca de roupas Gregory é denunciada por trabalho escravo
Eduardo Máximo
Estudante da UnB e bancário na Caixa

Em denuncia apresentada pela Procuradoria da Republica à justiça federal e publicada nesta quarta feira, 30, os representantes legais da confecção de roupas Gregory se tornaram réus em uma ação criminal por estarem ligados a utilização de trabalho escravo realizado por trabalhadores bolivianos em oficinas de costura localizadas em São Paulo e na região metropolitana.

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Além dos representantes da empresa, outras quatro pessoas que possuem oficinas de costuras e empresas ligadas a cadeia produtiva da Gregory também estão sendo indiciadas. Dois dos acusados são Patricia Su Hyun Ha e Won Yong Paek que possuíam empresas que “quarteirizavam” a produção que contratavam oficinas que empregavam mão de obra de imigrantes aliciados na Bolívia.

A denuncia foi embasada em uma fiscalização pela erradicação do trabalho urbano, que foi realizada em fevereiro e março de 2012 e que resgatou 22 trabalhadores que estavam, segundo a denuncia estavam “submetidos a condições degradantes, jornadas exaustivas e atividades forçadas”

Ainda segundo denuncia “Além das péssimas condições dos alojamentos, que incluíam sujeira, infiltrações, instalações sanitárias precárias e irregularidades na rede elétrica, os costureiros eram submetidos a jornadas que variavam entre 14 e 17 horas por dia”

E o relatório da fiscalização segue deixando claro como a exploração dos imigrantes bolivianos não tinha limites: a fiscalização flagrou inclusive um bebê, com um mês de vida, que dormia entre os motores de duas máquinas de costura, em um berço improvisado com caixas de papelão. “A mãe, que amamentava o filho durante a jornada de trabalho, nada recebeu durante o período que ficou no hospital após o parto e, ao retornar à oficina, voltou a trabalhar imediatamente.”

Essa cruel realidade enfrentada pelos trabalhadores tem como ponto de apoio a utilização da terceirização como instrumento legal para viabilizar a precarização e as péssimas condições de trabalho nos mais diversos ramos econômicos, e nesse caso especifico chegar ao extremo de reproduzir condições de trabalho de escravidão por dívida, onde a moradia e o local de trabalho se confundem no mesmo espaço, com péssimas instalações e colocam em risco a vida destes trabalhadores diariamente.

Não é de hoje que denuncias sobre trabalho escravo ligadas a indústria têxtil e grifes de moda vem a tona. Mas se torna cada vez mais claro a intenção de expandir essa realidade a outros setores da economia.

Todo esta cadeia produtiva da Gregory, que incluía a quarteirização dos serviços, é apenas um exemplo do que os empresários e capitalistas desejam para aumentar seus lucros as custas da vida de milhões de trabalhadores. A aprovação da reforma trabalhista e a lei de terceirização pelo governo golpista de Temer são parte deste projeto para aprofundar a exploração e a precarização do trabalho.

 
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