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PRIVATIZAÇÃO
Quem paga o pato da privatização da Eletrobras são os trabalhadores
Mateus Castor
Cientista Social (USP), professor e estudante de História

Com o avanço da privatização da Eletrobras, as hidrelétricas mais antigas que vendiam energia a preço de custo serão adequadas às vontades do mercado. Segundo a própria Aneel, isso acarretará no aumento da tarifa, regulando o preço da venda à margens altamente lucrativas para os futuros compradores da estatal.

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Quem “paga o pato” da crise econômica pela qual o país passa não são os empresários da FIESP que patrocinaram o golpe institucional. São os milhões de trabalhadores e setores da população que, além de terem sofridos ataques como a PEC 55 e a reforma trabalhista, agora serão obrigados a pagar uma tarifa de luz muito mais alta.

Está nos planos de privatização da Eletrobras uma alteração que deixa os capitalistas eufóricos: alterar o regime de venda de 14 hidrelétricas antigas, para que estas passem a obter uma alta margem de lucro. No regime de “cotas” como é chamado atualmente, o custo é de R$60 a R$70 por megawatt/hora, com a privatização esse custo quase triplica. A partir de 2018 o objetivo é que se ganhe, pelo menos, R$150 por megawatt/hora, o que geraria, de acordo com o analista de mercado da empresa Safira (que comercializa energia e deve estar animadíssima com a privatização) Lucas Rodrigues, de R$10 bilhões por ano.

O governo faz de tudo para esconder que entrega centenas de bilhões da riqueza nacional - uma das empresas mais importantes do país - a preço de banana. Antes de vendê-la ao setor privado, o governo tem por objetivo recapitalizar essas 14 hidrelétricas, emitindo ações equivalentes a R$20 bilhões (que seria um suposto bônus para o governo, em troca da venda da produção a preços maiores). O objetivo real, porém, é facilitar ainda mais a situação dos potenciais compradores, que receberiam a Eletrobras de mão beijada, já pronta para extrair lucros exorbitantes, além de satisfeitos por terem comprado por um preço completamente abaixo de mercado. O governo estima que ganhará R$20 bilhões das centenas de bilhões de dólares investidos em hidrelétricas, termelétricas e linhas de transmissão.

O diretor da Aneel, Tiago Barros, longe de ser contra a privatização, defende que ela seja feita gradualmente. Para ele, dessa maneira brusca, já praticando essas medidas em 2018, resultaria em um aumento estrondoso na tarifa que milhões de brasileiros. O que esconde é que o aumento já é um fato, porque a Eletrobras será jogada completamente à “mão invisível” do mercado e o objetivo primário dela será acumular capital, completamente sujeita às flutuações e mudanças da economia.

Quem pagará o “pato” dessa privatização, serão milhões de trabalhadores. Muitos desses mal conseguem pagar suas contas recebendo salários mínimos miseráveis - dos quais Temer roubou R$10 dias atrás, enquanto perdoa dívidas bilionárias de empresas - e terão ainda mais dificuldade com a entrega da Eletrobras ao setor privado. Esse governo quer fazer com que a crise que os próprios capitalistas criaram seja paga pelos trabalhadores e pelo povoo pobre. Tem por objetivo manter o lucro intacto das grandes empresas, nacionais e internacionais, que financiam o governo e toda uma corja de políticos corruptos .

Não é só a Eletrobras está no alvo. O governo deve anunciou mais 57 projetos de privatização, incluindo aeroportos, terminais portuários, rodovias, e outros serviços importantes. Para responder a esse nível de ataque e retroceder os que já foram impostos, como a reforma trabalhista, somente retomando o caminho da greve geral para que a classe trabalhadora intervenha profundamente nos rumos do país.

 
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