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DEBATE NA ESQUERDA
Depois das Diretas Já, ‘VAMOS’...até onde vai a adaptação do MAIS ao PT?
Isabel Inês
São Paulo
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Em nota publicada no Esquerda Diário criticamos a iniciativa do VAMOS por gerar ilusões em debates comuns com o petismo, e como isso vai contra colocar de pé uma alternativa pela esquerda ao PT e Lula. Mas o mais chamativo é correntes que se colocam no campo revolucionário, como o MAIS, serem parte dos mais entusiastas da iniciativa.

Num processo rápido de adaptação ao petismo, por trás da suposta “flexibilidade tática” para “dialogar com as massas”, o MAIS passou pela participação em uma frente pelas Diretas Já com setores burgueses e por uma adaptação à burocracia sindical enquanto esta traía a luta contra os ataques, para agora se lançarem num projeto político em comum com o petismo para debater uma alternativa ao PT (sic!) e adotam como linha central exigir de Lula que convoque a luta.

Henrique Canary, do MAIS, afirmaChamamos e continuaremos chamando Lula e o PT a colocarem toda a sua influência a serviço da luta contra as reformas do governo Temer. Lutaremos ao lado de qualquer um que queira lutar. Não apresentamos nenhuma pré-condição neste terreno”.

Há que dizer categoricamente que um projeto que se propõe discutir um programa "em aberto" de reformas do capitalismo junto ao PT só pode ter como objetivo encobrir a repetição dos mesmos erros que esse cometeu. Discutir com os dirigentes e militantes do PT a "construção de um programa" significa renunciar a todo e qualquer princípio elementar de independência de classe (para não falar dos princípios marxistas revolucionários). Esse “diálogo” auxilia o PT a esconder como sua estratégia de conciliação de classes levou o país à situação em que se encontra agora.

Rasgando qualquer ensinamento da tradição revolucionária, o MAIS lança confusão ao insinuar que debater uma “alternativa política” e um programa para o país com o PT tivesse algo a ver com “unidade de ação” para lutar contra os ataques.
Nós do MRT participamos de todos os chamados de mobilização concreta contra o golpe e os ataques, mesmo que fossem encabeçados pela burocracia sindical ligada ao PT (e inclusive outros setores), sempre com uma política de exigência e denúncia, para que os trabalhadores avancem numa experiência e rompam com essas direções. Mas é vergonhoso que o MAIS tente justificar sua política como se o VAMOS tivesse algo a ver com isso.

Trata-se de uma política que, em nome do “diálogo”, se subordina ao mantra difundido pelo próprio petismo, de que a única forma de a esquerda sair da “marginalidade e do sectarismo” seria ser arrastado pelo PT. Chamar de “sectários” aqueles que lutam cotidianamente para superar a tradição petista no movimento de massas, e por isso se negam a mesclar bandeiras num debate de programa com a tropa lulista, não diminuirá o oportunismo do MAIS.

Essa disposição leva a que na tentativa de justificar sua adaptação a esse projeto não deixe minimamente marcado o balanço do PT e do lulismo, e por isso podem fazer parte Gleisi Hoffmann e Cia, aprofundando concepções que só poderão levar a novas adaptações se não forem revistas.

Não sabemos se é pior depositar expectativas em mesas de debate com a tropa lulista ou considerar que participar dessa iniciativa é parte de pressionar Lula e os petistas a que lutem, depois que estes entregaram o país aos golpistas e boicotaram a luta contra os ataques de Temer. Semear estas ilusões é um enorme auxílio ao PT. Até mesmo o movimento “Diretas Já”, que o MAIS foi entusiasta, o petismo deixou de impulsionar, já que é mais conveniente para Lula 2018 que Temer passe todos os ataques, se desgaste e Lula venha depois da terra arrasada pra não ser ele a aplicar as reformas.

Chamamos o MAIS a romper com essa política e a batalhar por uma verdadeira unidade de ação contra os ataques e a batalhar por uma alternativa política ao petismo que estabeleça critérios elementares de independência de classe e do PT.

 
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