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FEMINICÍDIO
Mais um feminicídio: homem mata ex-namorada e irmão dela a facadas em Guarujá-SP
Redação

Nathalia Aparecida dos Santos Silva, de 20 anos, foi morta a facadas no domingo (20) por não reatar o relacionamento com o ex-namorado. O assassino também matou o irmão dela, Matheus Santos Silva, de 12 anos. É mais um feminicídio em um país onde cerca de 5 mil mulheres são mortas por ano apenas por serem mulheres.

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O duplo homicídio aconteceu na manhã de domingo no Jardim Boa Esperança, em Vicente de Carvalho, distrito de Guarujá. Nathalia era atendente. O assassino, Matheus Fernandes da Silva, de 24 anos, está foragido.

Os avós das vítimas, que moram em uma casa na mesma via, viram o acusado saindo de dentro do imóvel. No portão da residência de Nathalia, a Polícia Militar apreendeu uma mochila, que, provavelmente, pertencia a Fernandes. Dentro, havia uma faca suja de sangue.

A avó dos irmãos, uma aposentada de 57 anos, contou em depoimento à polícia que escutou um barulho na casa dos netos e ao sair para ver o que ocorria deparou-se com Fernandes deixando a residência. Ao entrar na moradia, a aposentada encontrou a neta no chão da sala e o neto estirado no quarto. Os dois ensanguentados. Desesperada, ela pediu ajuda e vizinhos acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Porém, ao chegar os médicos já encontraram as vítimas mortas.

Feminicídios no Brasil

Foram registrado 4.832 assassinatos de mulheres em 2014 pelo Ministério da Saúde. Nada menos do que 4,4 milhões de mulheres (503 por hora) foram vítima de algum tipo de agressão física no último ano, segundo pesquisa do Datafolha. E o número de estupros chega a 469.030 por ano, segundo estimativa do Ipea.

É uma longa rede de violência contra as mulheres, com a conivência dos governos e políticos, que não oferecem alternativas. Quando não são propostas vazias, são políticos como Bolsonaro, que reproduzem e fortalecem o machismo fazendo apologia ao estupro, atacando o direito das mulheres ao próprio corpo.

As mulheres que são vítimas de violência doméstica, por exemplo, não têm a quem recorrer. Muitas vezes, por não ter condições financeiras de se sustentar, acabam continuando sob o mesmo teto que o agressor. Só 1,3% dos municípios brasileiros conta com casas-abrigo para vítimas de violência doméstica e 0,7% com serviços de saúde especializado, segundo levantamento.

Isto se soma à situação de inferioridade nos salários, que diminui a independência feminina, já que as mulheres ganham 16% a menos na mesma função que os homens e 25,6% a menos se comparada a formação, como se pode ver aqui. A situação é ainda pior no caso das mulheres negras.

É preciso exigir dos governos um programa sério de combate à violência contra a mulher que combata e previna a violência e o feminicídio, que inclua casas abrigos transitórias para as mulheres vítimas de violência, licenças remuneradas do trabalho, seguro-desemprego que cubra o custo de vida para todas as mulheres que necessitarem, acesso a crédito familiar sem taxa de juros para que as mulheres possam restabelecer suas vidas.

Devemos exigir do Estado e governos educação sexual e de gênero nas escolas para que se eduque a comunidade escolar contra o machismo, a homo-lesbo-transfobia, o racismo, a xenofobia e combata toda forma de preconceito e opressão na sociedade. Para que isso ocorra é imprescindível colocar a religião como questão privada, de indivíduos e grupos sociais, separando a Igreja do Estado.

 
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