Desde a morte do policial civil Bruno Guimarães Buhler, em 11 de agosto, a polícia deu início à “Operação Vingança”, mais um pretexto para assassinar os negros e periféricos. O pretexto da operação é encontrar os responsáveis pelo assassinato de Bruno, morto com um tiro no pescoço em uma outra operação na favela.
Mas em dez dias de conflito, a operação tomou proporções muito maiores do que os típicos casos de vingança policial, com troca de tiros e forte opressão dos militares da UPP (coordenada com a polícia civil e outras corregedorias da polícia), já são ao menos sete mortos e oito feridos, muitos em estado grave. Hoje também o exército está ocupando o local e revistando as pessoas.
O último fim de semana foi marcado por mais confrontos na favela do jacarezinho. No sábado o confronto teve início quando militares foram checar uma denúncia da presença de criminosos, dando início a um tiroteiro às 14 horas. Além da caça aos responsáveis pela morte do policial civil Bruno, a polícia usa, novamente, a justificativa racista da “guerra às drogas” para promover a barbárie que tem acontecido.
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O clima é de guerra, além dos mortos, feridos e desaparecidos, milhares de crianças são impedidas de ter suas aulas devido à constante troca de tiros. A polícia tem usado os caveirões e helicópteros, de onde atiram, atingem e matam trabalhadores e trabalhadoras como o vendedor de verduras Tião.
Em meio a essa situação, moradores do Jacarezinho começaram a estocar comida nas casas como “kit de guerra” para não ter que sair. O comércio local não tem ficado aberto depois das 17 horas, quando não tem que fechar em meio a algum confronto ou por ordem de policiais. A situação segue calamitosa, onde o desespero acompanha a rotina na favela e os moradores clamam por paz e justiça.
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