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REPRESSÃO POLICIAL
Após 5 dias de operação policial, moradores do Jacarezinho realizam ato pedindo Paz e Justiça
Redação
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Nesta terça-feira, a favela do Jacarezinho (na zona norte do Rio de Janeiro) enfrentou o 5° dia consecutivo de operação policial. Durante a operação deste dia, um morador da comunidade, conhecido como Tião, morreu ao ser baleado enquanto trabalhava vendendo verduras. Ana Carolina Pereira, que se dirigia ao Hospital Geral de Bonsucesso, foi baleada de raspão no rosto devido a mesma operação policial.

As operações policiais contam com um forte aparato repressivo. De acordo com os moradores nos últimos dias 3 blindados terrestres (caveirão) e um blindado aéreo (helicóptero) estavam na localidade junto com os policiais da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Automóveis e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

Depois de dias de operações coordenadas pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, os moradores realizaram um ato na favela onde exigiram paz, justiça e gritaram pela saída do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB). O ato começou a se concentrar 20 horas e chegou a fechar por diversas vezes a Avenida Dom Hélder Câmara e mesmo após a repressão policial, com bombas de gás lacrimogêneo, os moradores se reagruparam e seguiram com protesto. Em vídeo divulgado pelo Coletivo Papo Reto (https://www.facebook.com/ColetivoPapoReto/) é possível ver a tentativa de policias militares de impedir o prosseguimento do ato pela comunidade.

Durante todos os dias de operação os moradores foram impedidos de entrarem e saírem da comunidade. Não era possível sair para trabalhar, levar os filhos para escola, ou realizar as demais atividades cotidianas devido às operações policiais que tinham início nas primeiras horas da manhã. Por conta das operações, escolas, creches e Espaços de Desenvolvimento Infantil não funcionaram e 2.291 alunos ficaram sem aulas, de acordo com a Secretaria Municipal de Educação. As operações afetaram também o funcionamento do ramal Belford Roxo que teve as partidas da estação Central do Brasil suspensas em diversos horários, até mesmo nos horários de característicos de ida e volta pra casa dos trabalhadores que usam os trens da Supervia.

As operações cotidianas realizadas sobre o falso pretexto de “Guerra às Drogas” tiveram início na favela do Jacarezinho após a morte de um policial civil da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) na última sexta feira.

O Rio de Janeiro, na última década, vem sendo sistematicamente militarizado pelo governo Federal e Estadual. Sobre a bandeira de “Guerra as Drogas”, que na verdade significa sangue de negros e trabalhadores derramados nas favelas, na Baixada e nas periferias, o Rio hoje está ocupado pelas forças armadas.

A medida tomada após um acordo entre Temer e Pezão tinha como um de seus objetivos liberar todo efetivo policial, os policiais Militares, os policiais Civis (como o CORE), para intensificar operações como estas que massacram o povo pobre, os trabalhadores e a juventude negra nas favelas do Rio de Janeiro. Recentemente O ministro da defesa, Raul Jungmann, afirmou que as Forças Armadas permanecerão como “reforço para segurança pública” no Rio de Janeiro até dezembro de 2018.

Não podemos ter ilusões que estas medidas ou que o discurso de “Guerras às Drogas”, que encarcera a juventude e que junto com a justiça burguesa e racista permite que Rafael Braga siga preso, que faz centenas de “Tião” pelas favelas, resolverá o problema da violência do Estado.

A violência no Estado não vai ser resolvida por fora de se buscar soluções para a profunda crise econômica, política e social que assola o estado atualmente. Uma crise que intensifica uma militarização das vidas nas favelas e periferias, um clima de terror e de guerra aos moradores dessas localidades enquanto os ricos e governantes seguem com suas gasta o dinheiro dos cofres públicos, envolvidos em casos de tráfico de drogas, ao mesmo tempo que aprofundam a repressão.

 
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