João Dória, prefeito de São Paulo que com a denúncia da professora Marcella Campos ficou conhecido por não permitir que as crianças se alimentem propriamente com as merendas e por acordar moradores de rua com jatos d’água e Flávio Rocha, empresário do grupo Guararabes/Riachuelo, explorador e administrador de grande parte da cidade de Natal, serão homenageados amanhã pela Câmara dos Vereadores da cidade por indicação de Raniere Barbosa (PSDB), afastado do cargo de Presidente da Câmara dos Vereadores no último dia 4 de agosto.

Raniere Barbosa (PSDB) foi afastado do cargo de Presidente da Câmara dos Vereadores de Natal pelo Ministério Público estadual que está investigando um desvio de 22 milhões da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos. Este, junto aos vereadores Dickson Nasser Júnior (PSDB), Felipe Alves (PMDB) e Cícero Martins (PTB), propôs a honraria da medalha do Padre Miguelinho à Flávio Rocha, escalado como 18º mais rico do Brasil, pelos seus serviços prestados à sociedade em todos os cantos do país. Para estes políticos que servem unicamente para atender os interesses dos empresários, o presidente e principal acionista da empresa que explora grande parte de Natal, merece condecorações.

Acompanhado de ninguém menos que João Dória (PSDB), o prefeito gestor que posa de trabalhador mas não se cansa de produzir escândalos com as violências produzidas à seu mando, como denunciado por Marcella Campos quanto ao racionamento de merenda para crianças da rede pública municipal de SP, ou fazendo casas desabarem na cabeça dos seus moradores, foi indicado por Ranieri para a honraria do título de Cidadão Natalense, com subscrição de Dickson Nasser Júnior, Cícero Martins e Aroldo Alves (todos do PSDB) claramente como continuidade de seu lançamento de perfil para candidato a presidente em 2018.

Assim, a Câmara dos Vereadores de Natal deixa evidentes as suas prioridades, enquanto homenageia estas personalidades, as costas para a população com um índice maior de 15% de desemprego. O local escolhido para a homenagem também não deixa dúvidas, o Teatro Riachuelo, cujo dono é acusado de abrigar trabalho em regime escravo.