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FASCISMO X LIBERALISMO
Bolsonaro posa com bandeira usada por fascistas e depois diz que o fascismo é de esquerda
Jean Barroso
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Na foto acima, Bolsonaro posa em 2016 com bandeira atribuída aos supremacistas brancos e grupos racistas e facistas norte-americanos como a Klu Klux Klan. A bandeira, originalmente, data da criação do estado Americano, foi apropriada pela Klu Klux Klan na década de 60, em suas manifestações racistas que constantemente terminavam em linchamento de negros dos Estados Unidos, e em seguida foi parar nas mãos do Tea Party, uma versão de terno e gravata do fascismo americano que disputa as eleições e apoia Trump.

A Gadsden Flag,originalmente, foi uma bandeira criada por Benjamin Franklin na luta dos Estados Unidos pela independência da Inglaterra. Historicamente já foi atribuída ao liberalismo, já que uma das demandas americanas era o fim do imposto cobrado pelos ingleses. No entanto, com o passar do tempo a bandeira foi apropriado pelo Tea-Party, movimento liberal de extrema-direta dentro do partido republicano surgido na última década.

A direita americana re-significou a bandeira, que antes significava o fim dos impostos ingleses às colônias americanas (cada uma representada em uma parte da cobra), transformando diluindo em "fim dos impostos contra a indústria capitalista", ou contra a intervenção do estado na economia. Nos EUA, o liberalismo econômico de misturou com o conservadorismo social, o Tea-Party é expressão disto, e por isso também, fascistas não vêm problema em levantar a Gadsden Flag como retratado nas imagens, já que estes compartilham pautas em comum no econômico e no social com o Tea Party.

A mesma bandeira de Eduardo Bolsonaro poderia ser vista manifestação fascista que terminou na morte de uma ativista e dezenas de feridos em Charlottesville, atropelados pelos fascistas defensores da supremacia branca.

FOTO: Reprodução Facebook

Antes do Tea-Party, a Ku Klux Klan levantou a mesma bandeira, misturando racismo com a defesa do livre mercado e da espoliação capitalista. A KKK foi fundada com a derrota dos confederados na guerra civil americana, e desde o início quis restaurar a escravidão negra nos Estados Unidos, entre milhares de assassinatos de negros que tinha suas casas invadidas e eram enforcados ou até queimados vivos, foi responsável por um atentado a bomba em uma igreja batista no Alabama em 1963, assassinando 4 crianças.

Foto de manifestação da KKK em 1964 bradando a "Gadsden Flag"

Mas no dia seguinte, Eduardo Bolsonaro mostra que ou é um fascista envergonhado, ou que seu projeto Escola Sem Partido, no fundo, existe porque ele nunca gostou de estudar história. Bolsonaro (pasmem) se deu ao trabalho de dizer que Hitler era comunista em sua página de facebook:

Ignorando completamente qualquer livro de história, já que para ele esta disciplina não deveria sequer existir nas salas de aula, Bolsonaro quer dar a entender que o "nacional socialista" de Hitler teria qualquer coisa a ver com socialismo. Mas então o seu Partido Social Cristão seria um embrião comunista? Meio igual cristo, dividindo o pão? Ou seria Bolsonaro ao lado de uma bandeira fascista, um simpatizante de Karl Marx?

FOTO: Pragmatismo Político, reprodução

E o que Eduardo Bolsonaro teria a dizer sobre esta foto? Que reacionária e indecisa é esta nova "direita", cópia barata da velha direita americana.

Para esclarecer os leitores do quanto o fascismo e o nazismo são movimentos reacionárias contra os trabalhadores e os setores oprimidos, de direita e financiados pelos capitalistas, tomamos emprestadas algumas citações do Mein Kampf, de um estudioso do Nazismo, essas sim, que não foram tiradas do contexto ( Fonte aqui):

“Em um tempo em que os melhores elementos da nação morriam no front, os que ficaram em casa, entregues aos seus trabalhos, deviam ter livrado a nação dessa piolharia comunista” (p. 76)

“Não hesito em declarar que julgo os homens que arrastam o movimento de hoje na crise de divergências religiosas piores inimigos da pátria que qualquer comunista com tendências internacionais, pois converter o comunista é a tarefa do movimento nacional-socialista” (p. 239)

“Vencendo a minha relutância, tentei ler essa espécie de imprensa marxista, mas a repulsa por ela crescia cada vez mais.” (p. 30)

“Se o judeu, com o auxilio do seu credo marxista, conquistar as nações do mundo, a sua coroa de vitórias será a coroa mortuária da raça humana” (p. 32)

“Não precisamos dizer nada sobre os mentirosos jornais marxistas. Para eles o mentir é tão necessário como para os gatos o miar” (p. 107)

“(...) para arranjar dez cadeiras no parlamento, ligam-se com os marxistas, inimigos de todas as religiões” (p. 118)

“Eis a verdadeira essência da doutrina marxista, se é que se pode dar a esse aborto de um cérebro, criminoso a denominação de “doutrina”” (p. 140)

“O sintoma da fraqueza que representam esses 15 milhões de marxistas, democratas, pacifistas e centristas, não é somente perceptível a nós, mas muito mais ao estrangeiro, que mede o valor de uma aliança conosco por esse peso morto” (p. 146)

“Mais do que qualquer outro grupo, os marxistas, ludibriadores da nação, deveriam odiar um movimento cujo escopo declarado era conquistar as massas que até então tinham estado a serviço dos partidos marxistas dos judeus internacionais. Só o título “Partido dos Trabalhadores Alemães” já era capaz de irritá-los” (p. 154-155)

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