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ELEIÇÕES ARGENTINAS 2017
Eleições argentinas: quase um milhão de votos para a Frente de Esquerda em todo país
La Izquierda Diario

Frente à polarização, a FIT (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores) se consolida como a única alternativa independente que enfrenta seriamente o ajuste. Desafios para novos deputados em outubro e marcantes eleições em algumas províncias (estados) do país.

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Em uma eleição em que nas primeiras horas da madrugada toda a atenção midiática concentrou-se na forte polarização entre o Cambiemos e o Unidad Ciudadana na Província de Buenos Aires, que foi a expressão mais aguda de uma polarização nacional em uma espécie de plebiscito a médio prazo sobre o macrismo, a Frente de Esquerda consolidou-se nos principais distritos do país como a única variante de oposição que enfrente os planos de ajuste e é independente dos distintos bandos patronais. Por sua vez, a FIT fez muito boas eleições em distintas províncias do interior, destacando-se, entre outros, um comício histórico em Jujuy onde Alejandro Vilca obteve 12,6% dos votos, e a possibilidade de voltar a disputar entrar no Congresso Nacional desde Mendoza com Noelia Barbeito.

Com a projeção de votos, até o encerramento desta matéria, a Frente de Esquerda chegaria a cerca de 931 mil votos em todo o país, obtendo um crescimento de quase 30% em relação tanto as PASO de 2015, como as primárias de 2013.

Estes números, como assinalou Nicolás del Caño ontem a noite em uma conferência de imprensa oferecida no Hotel Castelar da Cidade de Buenos Aires, são “uma base para, frente a outubro, multiplicar a militância e o esforço da Frente de Esquerda para conquistar mais assentos no Congresso Nacional e nas câmaras de muitas províncias”.

Concretamente, abre-se possibilidade de lutar por novos assentos que sejam novos postos de luta para denunciar os poderosos e apoiar as lutas dos trabalhadores, das mulheres e da juventude, com importantes chances principalmente na Província de Buenos Aires (onde Nicolás del Caño recebeu 3,62% e Néstor Pitrola 3,38% dos votos), na Capital Federal (Myrian Bregman 4,38% e Marcelo Ramal 3,79%) e em duas províncias do interior onde a Frente de Esquerda, frente a crise do peronismo, obteve grandes resultados: Mendoza, onde Noelia Barbeito obteve 8,82%, e a mencionada eleição de Alejandro Vilca em Jujuy.

Além disso, a Frente de Esquerda fez importantes votações em Neuquén, onde Raúl Godoy obteve notáveis 6,7%, em Santa Cruz com mais de 8% para deputados, em Salta 7,35% a deputados, enquanto que em uma província importante como Córdoba obteve 4,3%. Deve-se notar também que em todas as províncias onde esteve, a FIT superou as PASO.

Uma forte composição operária e popular do voto para a esquerda

Como também indicou ontem Del Caño, a histórica eleição de Alejandro Vilca em Jujuy (trabalhador da coleta de lixo – gari), e as muito boas votações de Raúl Godoy em Neuquén (dirigente de Zanon sob controle operário e deputado provincial da FIT), assim como de Noeli Barbeito na Grande Mendoza e de Nicolás del Caño nos setores mais populares da Província de Buenos Aires, apontam que a votação da Frente de Esquerda foi alta entre aqueles que “mais sofrem com o ajuste, que é onde se teve mais apoio”.

Isso significa que além de aumentar os votos em relação às eleições passadas, também é preciso notar uma maior composição operária e popular nos votos da Frente de Esquerda. E isso teve muita ligação com o conteúdo da campanha eleitoral, sustentada não apenas por palavras mas também pelas ações.

Nas últimas semanas milhões de trabalhadores viram pela televisão Nicolás del Caño, Myrian Bregman e outros dirigentes da FIT lutando lado a lado junto aos trabalhadores da PepsiCo, mostrando uma resistência que em todo esse tempo não se viu nem nos líderes sindicais, nem na falsa oposição do kirchnerismo, que nada fez da tão anunciada “resistência com perseverança” e apenas elaborou no último minuto um discurso cidadão muito moderado. Ao mesmo tempo, a Frente de Esquerda levantou um programa por todas as demandas do povo trabalhador, tocando temas sensíveis como o abordado com a proposta de trabalhar seis horas por dia, cinco dias por semana, com um salário mínimo igual à renda mínima familiar, dividindo as horas para trabalharem todos, sem deixar a saúde e a vida nos trabalhos.

Se a PepsiCo foi a luta mais simbólica do último período, é verdade também que tampouco foi a única. Por exemplo em Jujuy, onde os dirigentes e militantes do PTS-Frente de Esquerda acompanharam a luta dos operários do engenho La Esperanza. Ou em Neuquén, onde a FIT encerrou sua campanha, não por acaso, no Parque Industrial, unidos com os operários e operárias com quem tem lutado: Raúl Godoy é conhecido como “o deputado dos trabalhadores”. Nos últimos dias também se viu os dirigentes a FIT nas ruas exigindo a aparição com vida de Santiago Maldonado.

Como foi dito ontem no Hotel Castelar, agora “o desafio e a chamada é para que nos acompanhem até a campanha de outubro, que certamente será contaminada pelas lutas dos trabalhadores, como da PepsiCo”. Ao mesmo tempo, o novo trecho da campanha eleitoral irá de mãos dadas com o apoio a todas as lutas, com as denúncias da linha oficial dos sindicatos, que estão abertamente em trégua com o governo Macri, e com a exigência de sérios planos de luta para enfrentar o ajuste àqueles que usam uma linguagem de confronto (muitos deles alinhados com o kirchnerismo) mas não convocam nenhum luta séria. Ao mesmo tempo, no terreno das liberdades democráticas, frente ao governo de direita e negacionista, é urgente impulsionar uma forte mobilização contra a repressão e, em particular, pela imediata aparição com vida de Santiago Maldonado.

Veja no quadro a seguir os resultados e as projeções de votos da Frente de Esquerda e todo o país:

 
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