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SAMARCO
Justiça prepara absolvição da Samarco pelo crime ambiental de Mariana
Redação

A Justiça federal nessa segunda feira, suspendeu ação criminal que acusa a mineradora Samarco, que opera em um consorcio com a australiana BHP Billinton e a Vale, empresa privatizada no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Responsável pelo crime socioambiental em Mariana-MG.

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Em 2015 a barragem de sedimentos contaminados por metais pesados se rompeu em Marianaacabando com o povoado de Bento Rodrigues, onde morreram 19 pessoas e atingindo toda a extensão do Rio Doce, alterando negativamente toda a sua bacia. Em pouco tempo foi atingindo a Foz do Rio, no Espírito Santo. A empresa negou apresentar um estudo de impacto ambiental conforme exigido pelo município.

O diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi e o diretor geral de operações, Kleber Terra alegaram em sua defesa que as escutas telefônicas usadas e dados que foram verificados fora do período requisitado foi um desrespeito a privacidade e são ilícitas. Sendo assim o Juiz determinou a suspensão da ação criminal. A decisão foi tomada no dia 4 de julho, porém, só veio a publico hoje.

O cinismo da defesa do advogado, que alegou invasão de privacidade de uma empresa bilionária como a Samarco, mostra como a Justiça é mesmo a forma como a classe dominante impõe sua vontade.

Decidindo pela "privacidade" da Samarco que teve inúmeras provas coletadas provando seu crime, o Juiz também acabou por decidir que a "privacidade" de milhares de moradores da região de Mariana, incluso os 19 mortos no dia do vazamento da barragem, isso sem contar os estragos posteriores em todo o trajeto do Rio Doce, milhares de pescadores, agricultores, sua suas famílias, povoados abastecidos pela água, todo o ecossistema.

O processo permanecerá suspenso até que as companhias telefônicas apresentem os dados solicitados pela justiça. O MPF solicitou a não interrupção do processo, porém não foi atendido pelo Juiz. Porém, ao liquidar as provas em nome da "privacidade dos bilionários poluidores", só mesmo com uma ampla mobilização pela indenização imediata pelos danos incalculáveis, exigindo a estatização da Samarco sob controle dos trabalhadores e do povo que habita os arredores, é que este processo poderia ter alguma chance de ser revertido.

Após todo o crime socioambiental a Justiça federal, mais uma vez livrou as grandes empresas que possuem sangue em suas mãos. O desastre de Mariana ganhou repercussão internacional e ficou marcado como o maior desastre ambiental da história do Brasil trazendo consigo uma dezena de mortes diretas e podendo causar incontáveis outras com os sedimentos que tem se espalhado pelo oceano.

O caso de Mariana tem se somado a outros inúmeros onde empresários são livrados de punições mesmo em casos absurdos, apesar de provas, evidências de omissões e vítimas. Contrastando a isso uma enorme quantidade de pessoas encarceradas passam anos nas prisões sem mesmo terem um julgamento realizado. Nossas vidas valem mais do que seus lucros mesmo com a justiça reafirmando seu compromisso com os grandes empresários nacional e estrangeiros de limpar o terreno para que eles continuem enriquecendo sem arcar com qualquer dano.

Leia também: Somente os trabalhadores podem responder a tragédia de Mariana e a crise política

 
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