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REFORMA POLÍTICA
FIESP entra em campanha pela reforma política, quer um congresso com seus patos
Daniel Andrade

Hoje, 07/08, o prédio da FIESP na Avenida Paulista exibia um grande "Reforma Politica Já". Sua nova campanha não é adornada pelo característico pato, mas tem como objetivo construir um Congresso que seja ainda mais favorável a que os trabalhadores paguem o pato com reformas e ataques.

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Nem só de lucros vivem os patos da FIESP. Para tornar governável um país onde o tempo de almoço possa ser o mesmo do século XIX, que as jornadas alcancem 12 horas por dia e até mesmo as mulheres grávidas sejam colocadas para trabalhar em locais insalubres, onde ocorra a reforma da previdência, onde se destrua as universidades, escolas e a saúde pública é preciso também ter um sistema político o mais manso e domesticado possível.

A maioria do Congresso hoje é composto de milionários, empresários, latifundiários e de políticos financiados por estes para que votem a reforma trabalhista, da previdência e o que mais desejarem para aumentar seus lucros. Mas mesmo essa democracia, degradada, gera desgastes demais para alguns planos patronais. É preciso de uma reforma política que ataque as possibilidades de representação dos trabalhadores e da esquerda. É isso que querem.

Todo dia vemos alguma matéria ou mesmo algum editorial dos grandes jornais defendendo a reforma política. Rodrigo Maia quer votá-la, à toque de caixa, na próxima quarta-feira. Algumas das principais propostas em discussão são as seguintes:

Eleição de deputados por "distritão": Só se elegeriam os deputados mais votados de cada estado considerado como um "distrito". Os votos em legenda deixariam de existir, bem como o somatório de votos em candidatos em cada partido. Os grandes magnatas, caciques políticos e seus parentes com campanhas milionárias se favoreceriam e a possibilidade de eleger representantes dos trabalhadores estaria diluída e dificultada por os votos em diversos candidatos não "somariam" para que o mais votado entrasse.

Voto distrital: Uma alternativa ainda mais reacionária e contra os trabalhadores e a esquerda seria dividir o país em distritos e em cada distrito seria eleito somente um deputado. Desse modo os votos dos trabalhadores espalhados em diversos municípios de uma região metropolitana não contariam nunca, estaria assegurada a representação só das oligarquias econômicas e políticas.

Cláusula de barreira: Só permitir representação parlamentar plena ou mesmo alguma se um partido alcançar de 2 a 5% dos votos em 14 estados, uma medida que impediria novas tentativas de representação dos trabalhadores e resultaria que partidos como o PSOL e outros partidos da esquerda estariam impossibilitados de representação parlamentar mesmo se elegerem deputados em alguns estados mas não alcançarem essa margem nacional.

Há outras propostas em discussão, como voto em lista, distrital misto, e até mesmo mudanças de díficil implementação rápida como o parlamentarismo.

O que tem em comum todas essas propostas, restringir ainda mais a degradada democracia dos ricos brasileira. Não basta o sequestro do voto popular que foi o impeachment, não basta a bancada "BBB", querem um congresso só de patos, um balcão de negócios.

O que chamam de democracia é um balcão de negócios. Da JBS, da Odebrecht, dos sócios de privatização de Doria e dos tucanos, dos parlamentares comprados por emendas por Temer. Essa característica escancarada hoje é uma característica de todas democracia burguesas no mundo. Nos EUA a corrupção é "legalizada" através de lobbies, uma empresa "doa" a um deputado um valor para que ele mude de voto, ela registra isso em sua contabilidade e ele também, e isso é legal...como dizia Marx, o Estado capitalista não é mais que "um comitê para gerir os negócios comuns de toda classe burguesa."

E para gerir negócios tão aviltantes aos trabalhadores a FIESP, a Globo e muitos empresários querem dificultar ao máximo a possibilidade de representação dos trabalhadores e da esquerda.

 
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