A assembleia da última sexta-feira (04/08) convocada após os três dias de greve não refletiu a disponibilidade de luta da categoria. Os relatos são inúmeros de que a mobilização vinha crescendo em todo o estado. Escolas da capital, região metropolitana e interior com forte adesão à greve e com inúmeros atos de rua.
Não se pousa uma avião quando ele está em plena decolagem.
Como já havíamos denunciado no início da greve, a direção central do Cpers (CUT/CTB) quer utilizar a luta da categoria para o seu interesses político, que nada mais é que uma política de desgaste do governo Sartori, visando as eleições de 2018, da mesma forma o que faz o PT/PC do B, CUT e CTB em nível nacional contra o governo Temer. Ao invés de apostar na força da mobilização dos trabalhadores para derrotar Sartori e seus ataques, se utiliza da mobilização com fins meramente eleitoreiros. A prova cabal foi a greve geral do dia 30J, onde essas centrais não colocaram o peso que possuem, já que dirigem a maioria dos sindicatos do país.
Nessa greve a mesma direção trocou de uma hora para outra o local que iria ocorrer a assembleia, alegando a possibilidade de chuva. Chuva essa que estava para ocorrer só nos satélites da própria direção. A direção central do Cpers "joga" com o estatuto no bolso quando lhe interessa, mas quando é de seu interesse ela rasga ele e põe no lixo, visto todas as manobras e golpes contra a mobilização já feitas por esta direção.
Isso só demonstra uma clara manobra para confundir a categoria e impossibilitar todo o conjunto do magistério que estava em greve de não poder participar da assembleia e decidir os rumos da luta.
A decisão de acabar com a greve veio primeiramente do conselho geral, cujo mandato já findou e se torna ilegítimo, portanto.
A questão toda é que a estrutura sindical só favorece o fortalecimento da burocracia e afasta do debates as forças políticas minoritárias e independentes da categoria. Ouvir a base não significa fazer um sorteio, onde só três pessoas da base possam por sorte terem direito a fala como fizeram.
Sem um comando de greve eleito por local de trabalho para ligar a base da categoria com os rumos da greve, dificilmente teremos um forte movimento que consiga derrotar a burocracia e o governo Sartori.
Por fim, setores que compunham o campo da oposição (CS/PSOL e Intersindical) votaram juntos com a direção central e com o direitista grupo Pó de Giz (PSDB/PMDB) para enterrar a greve.
Torna-se urgente tomar essa luta em nossas mãos desde cada escola do RS. É fundamental que os principais núcleos de oposição da capital gaúcha (38 e 39) convoquem assembleias por escolas para paralisar a categoria e unificar nossa luta com a luta dos secundaristas no dia 11, junto aos rodoviários contra a retirada do meio passe do prefeito Marchezan.
Erguer novamente um cenário de luta e mobilização na capital e região metropolitana aberto pela greve geral de 28A.
NOSSAS VIDAS VALEM MAIS QUE OS LUCROS DELES!
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