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ALEMANHA
Há 20 dias da cúpula de Hamburgo, a repressão continua
Clara Mallo
Madrid

35 ativistas seguem detidos em prisões alemães aos que se aplica prisão provisional sem previsão alguma para seus julgamentos.

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Entre os dias 7 e 8 de Julho, teve lugar na cidade alemã de Hamburgo, a cúpula do G20, um fórum que reúne os países imperialistas e ‘emergentes’ mais importantes do mundo. Frente ao lema “Welcome to hell” (Bem-vindos ao inferno) foi organizada a contra-cúpula. O G-20 encontrou o rechaço da maioria da população de Hamburgo que expressou seu repúdio junto a dezenas de milhares de ativistas chegados de toda Alemanha e Europa.

Durante a celebração do G-20 e os dias anteriores, às ruas de Hamburgo tiveram manifestações contra as políticas orquestradas pelos principais governos a nível internacional. Os protestos foram protagonizados fundamentalmente por uma juventude que se identifica sentimentalmente com o anticapitalismo e que retomou alguns métodos do movimento no global.

O governos alemão direcionou para a ocasião um gigantesco operativo policial e militar para tratar de impedir e controlar as manifestações. A proporção do dispositivo preparado pelo governo de Angela Merkel responde a previsão de que essa contra-cúpula seria uma das mais massivas e radicalizadas dos últimos anos no marco de uma situação internacional convulsiva. A manifestação de sábado foi a mais massiva contra o G-20 das últimas décadas.

O grande desdobramento da polícia e governo concentrou uma fortíssima repressão contra os manifestantes. A repressão se estendeu ao tamanha e largura da cidade, não somente nos atps e manifestações. Barricadas, cargas policiais, detenções a todas as horas do dia, despejos, enfrentamentos entre polícia e manifestantes, este foi o clima geral que se viveu em Hamburgo.

Frente vários dias de protestos o resultado foi de 186 pessoas detidas e centenas de manifestantes feridos. Entre os detidos havia numerosos alemães, porém também franceses, italianos, espanhóis (cinco), holandeses, suiços, russos e austríacos, entre outras nacionalidades.

Os fiscais encarregados de investigar os distúrbios em Hamburgo durante a cúpula abriram na semana de celebração do G-20, 90 registros e pediram prisão em 85 dos casos. O julgamento de Hamburgo encarregado decidiu finalmente enviar a prisão 51 pessoas, das que 35 seguem detidas aplicando-lhes prisão preventiva a espera de que se realize seu julgamento. Muitos dos que foram em liberdade tem que enfrentar importantes multas econômicas frente a ser julgados e condenados.

A maioria dos ainda detidos são jovens de outras nacionalidades. Aos 13 alemães se somam 6 italianos, 3 franceses, 2 holandeses, 1 espanhol, 1 húngaro, 1 suíço, 1 servo, 1 senegalês, 1 polaco, 1 romano, 1 checo e um 1 austríaco, entre outros.

Os detidos foram apoiados em um primeiro momento pelo Legal Team no G-20, um grupo composto para dar cobertura e asistência no marco dos protestos contra o G-20. A equipe prestou atenção legal aos detidos e explica que a permanência destes jovens se deve ao suposto “perigo de fuga” sobre tudo por parte dos cidadãos estrangeiros.

Os crimes que jogam aos detidos vão desde perturbação da ordem pública, até tentativa de assassinato - em um caso -, passando por lesões pessoais, danos em propriedades privadas e resistência a autoridade. Parece que as datas dos julgamentos ainda estão por definir pelo que o tempo em que permaneceram em prisões não se pode estimar.

A repressão continua

Frente a cúpula de G-20, a polícia alemã anunciou que se configurou uma comissão composta por 170 agentes, a qual dispõe de grande quantidade de material visual cujo objetivo é perseguir e capturar todos os suspeitosos de participar dos atos violentos durante os distúrbios em Hamburgo, pelo que não se descartam próximas prisões. Inclusive, a demora nas sentenças pode ter a ver com o estudo destes materiais. O presidente da polícia da cidade, Ralf Martin Meyer, assinalou que reuniram já mais de 2.000 fotografias e centenas de vídeos.

Por seu lado, o ministro de justiça alemão Heiko Maas vai mais além e já fez um chamado a nível internacional para que se crie um registro europeu de extremistas. O objetivo deste projeto, segundo explicou Maas em uma entrevista dias depois da cúpula, seria dispor de uma base de dados que permitiria aos países europeus acender a informação de ativistas para atuar de maneira efetiva diante das convocatórias violentas. Um passo a mais na escala repressiva atrás do G-20 que pretende criar um banco de informações para a repressão.

A escalada da repressão cresce segundo aumenta a oposição a um sistema político, econômico e social que já demonstrou que nada tem para oferecer exceto exploração, opressão, precariedade e miséria. Uma resistência expressa na contra-cúpula do G-20 encabeçada por uma juventude que deverá lutar por encontrar uma verdadeira alternativa anti-sistema, anti capitalista e radical que agrupe jovens e trabalhadores em uma perspectiva revolucionária.

 
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