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CRISE NO RIO
Rio de Janeiro perdeu 42.343 postos de trabalho só no primeiro semestre de 2017
Maria Fernanda

O sofrimento dos trabalhadores só aumentam junto à taxa de desemprego no Rio de Janeiro. No primeiro semestre de 2017, o saldo de vagas no município (abertura menos fechamento) foi de uma perda de 42.343 postos, cerca de um emprego a menos a cada 6 minutos.

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Um levantamento da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), mostra que de 24 segmentos econômicos, 17 fecharam vagas no semestre. Os piores setores foram o comércio com perda de 30.839 mil postos de trabalho, a construção civil com fechamento de 5.512 mil postos e a indústria com redução de 5.512 vagas.

Segundo o coordenador de Estudos Econômicos da Firjan, Wilhan Fiqueiredo, o rendimento no Estado do Rio também foi prejudicado pelo atraso nos pagamentos do governo estadual aos seus servidores, que formam uma categoria com renda acima da média e são grandes consumidores. "Se os salários deles atrasam, a capital sofre".

Há três meses, segundo o jornal Valor Econômico, uma empresa de apoio offshare (empresas que oferecem apoio com navegações e transportes para unidades de exploração de petróleo), fechou as portas demitindo cerca de 200 funcionários após redução de contratos com a Petrobrás. Dentre eles o marítimo Diego Grobério, 33 anos.

Com o mercado de trabalho saturado, Diego que é engenheiro e segundo oficial de náutica, está agora desempregado e busca uma saída pelo mercado informal. Sua esposa, geóloga, também desempregada foi demitida há um ano ao final de sua licença maternidade. "O dinheiro que economizei vai nos sustentar até o início de 2018. Se não conseguir emprego até lá, vou me mudar para perto da minha sogra em Ubatuba (litoral norte de São Paulo) e viver de bicos pilotando traineiras para turistas", disse o engenheiro. "Acho que mantendo um custo de vida baixo, é possível."

Assim como Diego, outros trabalhadores procuram o sustento no mercado informal, o massoterapeuta Gabriel Tavares Coelho, 34 anos, relatou ao jornal Valor que há dois anos busca uma colocação de carteira assinada, que lhe garantiria os benefícios como 13º salário, FGTS e auxílio-desemprego, mas ainda não teve sucesso. Gabriel diz que sua renda caiu de R$ 3.400,00 para R$ 1.200,00, e que oferece seus serviços em praças públicas.

Além da crise fiscal e corte de investimentos no setor de petróleo, o Rio ainda sofre com o fim dos grandes últimos eventos esportivos, Olimpíada, Copa das Confederações em 2013 e Copa do Mundo em 2014.

O Especialista Bruno Otoni, pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) diz que não existe solução em vista para a situação fiscal do Rio, pois setores como construção naval e civil passam por muitas dificuldades e a recuperação tende a ser mais lenta, já que a crise fiscal atrapalha ainda a capacidade de atrair novos investimentos.

A cervejaria Ambev desistiu de construir uma fábrica de latas, alumínios e garrafas em Santa Cruz, no Rio, em função das incertezas de concessão de benefícios do Estado.

Também cerca de mil funcionários foram demitidos na Zona Portuária do Rio, o Porto Maravilha. A Concessionária Porto Novo, responsável pela parceria público-privada (PPP).

Esses dados reforçam como o Rio de Janeiro passou de um dos principais estados na economia nacional para o que mais sofre com a crise financeira. E essa crise quem sente e paga são os trabalhadores, que perdem seus empregos e passam meses à procura de uma oportunidade, tendo que se entregar ao emprego informal, sem nenhuma estabilidade e com salários miseráveis. E se o desemprego hoje é realidade mesmo para a juventude que possui formação superior e experiência, o cenário é ainda mais profundo entre a juventude pobre e negra que não possui acesso à educação de qualidade.

Para acabar com o desemprego e garantir não apenas trabalho para todos, como também salário digno para todos, uma saída é dividir as horas de trabalho para que todos possam viver plenamente e para que os capitalistas paguem pela crise que eles mesmos construíram, pois nossas vidas valem mais que o lucro deles.

Saiba mais: Contra a reforma trabalhista, redução da jornada de trabalho para acabar com o desemprego

 
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