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SAÚDE PÚBLICA
Cortes em saúde pública deixa crianças com microcefalia morrer no Nordeste
Juan Chirioca
RIO DE JANEIRO

Nas últimas 48 horas, três crianças com microcefalia morreram em Pernambuco pelo descaso da saúde pública e a falta de verbas para melhorar o serviço, sem medicamentos cedidos gratuitamente pelo SUS ou transporte, por falta de uma reabilitação adequada, faltas de UTI’s, de fisioterapeutas respiratórios.

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A União de Mães de Anjos (UMA), organização que trabalha no cuidado de 400 bebês com a microcefalia no estado de Pernambuco assistindo suas mães e famílias, realiza hoje nesta quinta-feira (27) uma passeata para denunciar o descaso do governo com a saúde pública e com as crianças afetadas pelo vírus Zika.

Em 2015 o Brasil foi atingido por uma epidemia de Zika Vírus principalmente na região do nordeste. A doença virou um acontecimento internacional e histórico, um escândalo político e médico enorme, com a produção de deficiência mental em massa em crianças, localizado principalmente no Nordeste. Mães e familiares do Recife e do interior participam da passeata, que tem concentração marcada para 9h30 no Parque 13 de Maio, com destino ao Palácio do Campo das Princesas.

A postura do governo naquela época e também na atualidade é um crime de saúde pública de grandes proporções. Os dados são tão alarmantes que o governo chegou ao ponto de decretar estado nacional de emergência para esta doença, porque ela cresceu em cerca de 20 dias o que ela cresceria em um ano. Fundamentalmente, esta doença é causada por uma gravidez sem proteção, na qual a gestante não está recebendo a devida atenção do Estado. Nesse sentido, é fundamental discutir as causas desta grave doença congênita, e como esta se relaciona com a saúde da mulher e o direito à maternidade e à uma gestação segura garantida pelo Estado.

Com a situação de crise política e econômica no país devemos saber que os efeitos na vida das mulheres são imediatos. Demissões e terceirização do trabalho já é uma realidade. Os cortes nos orçamentos retiram da saúde e moradia, levando a uma situação de caos e descaso e de miséria para os setores populares que precisam do sistema público de saúde para tratar suas doenças. E um regime político onde os políticos usam nossos direitos como moeda de troca com setores ligados à Igreja faz com que há 13 anos de governo do PT e agora com o governo golpista de Temer o aborto permaneça ilegal, mas também não cria condições dignas para a maternidade.

Em 2015 se ouviu por todo país, nas ruas e nas redes sociais, o grito das mulheres pelo direito ao aborto, contra a violência, pelo direito à sexualidade e ao próprio corpo. Hoje mais do que nunca precisamos levantar o grito das mulheres pelo aborto legal seguro e gratuito, e por acesso a uma saúde pública de qualidade para todos, que permita às mulheres que desejam ser mãe a proteção e cuidados necessários para uma gestação segura.

 
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