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CIDADE PARA POUCOS
Vereadora do PMDB quer cancelas e guaritas em acesso a ruas no Rio em nome da “segurança”
Fernando Pardal

Frente ao aumento assustador da violência social no Rio, fruto da crise e dos ataques dde governos e patrões que aumentam a miséria, vereadora Rosa Fernandes, do PMDB, quer encher os bairros com cancelas e guaritas, impedindo o acesso a locais públicos. Medida já ocorre tanto em bairros pobres como Vila Kosmos quanto os condomínios ricos da Barra e Recreio.

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Enquanto vemos a violência escalar em níveis alarmantes no Rio, com as principais vítimas sendo, como sempre, a população moradora das favelas e morros, em particular a juventude negra que segue sendo brutalmente assassinada pela polícia, inclusive crianças dentro de suas casas e escolas, os partidos dos patrões propõe suas medidas: aumentar a repressão e o apartheid social na cidade.

É assim que a vereadora Rosa Fernandes propõe uma das medidas para "proteger" da violência: a lei que propôs na Câmara autoriza o fechamento de ruas com o uso de cancelas e guaritas, controlando a passagem de pedestres e veículos. Se aprovada, a lei impediria o acesso de pessoas "desconhecidas" das 22h às 7h, e de veículos em qualquer horário.

A medida proposta pela vereadora é apenas uma generalização da segregação que já ocorre com o aval da prefeitura: Um bairro inteiro, a Vila Kosmos, na Zona Norte, já está com acesso restrito.

A mesma medida foi inaugurada pelos ricos condomínios ilegais na Barra e no Recreio, que desde sempre funcionam desta forma, assim como a praia da Joatinga e várias ruas na zona sul da cidade. Para dentro os ricos, para fora os "estranhos" -
no caso, os pobres, os negros, os moradores de favelas - que são as principais vítimas do aumento da violência e do terror policial. Os moradores podem se sentir "seguros" com a barbárie causada pelo capitalismo fora de seus portões.

Fica claro que o projeto do partido de Pezão e Temer, assim como dos partidos que fazem parte desse regime dos ricos, é de aumentar a repressão policial e o sangue negro que corre nas periferias, enquanto aumenta medidas de exclusão e de apartheid social para garantir que a população dos morros e favelas fique cada vez mais impedida de chegar perto dos bairros e ruas habitadas por quem tem dinheiro.

São medidas de "proteção" que visam esconder a absurda escalada da violência social, fruto do desemprego e da pobreza, atendendo ao clamor desesperado dos que veem a miséria aumentar assaltos e crimes contra o patrimônio.

Para a população das favelas, as grades, cercas, guaritas impedindo sua circulação. Evidentemente, serão os negros os primeiros atingidos por essa medida de monstruosa segregação. Enquanto isso, nas favelas e morros, as operações policiais seguem matando, cada vez mais, impune e indiscriminadamente. Enquanto o desemprego cresce, os direitos trabalhistas e sociais e serviços públicos são destruídos pelos governos, eles querem calar "na bala" a miséria que joga a juventude sem nenhuma perspectiva na criminalidade. E as balas voam soltas nos morros, atingindo a quem tenha o "azar" de morar nesses locais sem grades, guaritas, cancelas e onde a polícia tem ordens do Estado para aterrorizar sem restrições, acabando com a vida dos moradores.

A jovem Maria Eduarda tornou-se nesse ano um símbolo dessa barbárie ao ser assassinada pela polícia dentro da sua escola. Foram já cinco crianças assassinadas pela polícia nesse ano, entre as muitíssimas vítimas. A resposta, por parte desse Estado, será sempre como propõe Rosa Fernandes: segregação e repressão. Só os trabalhadores e o povo pobre podem apresentar outras alternativas com sua própria organização.

 
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