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AGRO É TAMBÉM CORRUPÇÃO
Temer e agronegócio: ataques em troca de votos
Rafaella Lafraia
São Paulo

Vislumbrando a possibilidade de 211 votos contra o acolhimento da denuncia contra o presidente golpista, Michel Temer apresa os tramites das exigências feitas pela bancada ruralista.

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Já havíamos apresentado aqui que o presidente Michel Temer está usando de método explicito para evitar o acolhimento da denúncia contra ele, que irá para votação no plenário da Câmara somente no dia 2 de agosto: a venda de cargos e barganha para sua base aliada. Dentre essa base, aquela que o apoiou – obviamente exigindo vantagens para os seus negócios e de seus interessados – desde antes do golpe institucional, foi a bancada ruralista, sendo que esta é de extrema importância para o golpista já que representa 41% dos parlamentares da câmara (total de 211 votos). Desta forma, na busca de votos, a agenda ambiental e as relações socioambientais entram como moeda de troca para a conquista do apoio.

As propostas que entraram em negociações com o governo já haviam sido apresentadas como exigências, mas com a situação atual, estas são concretas. Dentre as propostas estão: flexibilização de regras para licenciamento ambiental (em outras palavras, é dispensar tais análises e remediação nas atividades de exploração dos recursos naturais o que possibilitará a impunidade de grandes empresas de exploração em casos de crimes socioambientais, como o de Mariana); liberação de agrotóxicos (permitindo a utilização daqueles que são proibidos por serem taxados como nocivos a saúde) com a retirada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA ) no processo de autorização para utilização de tais substâncias; anistia de multas, descontos e maiores prazos para grandes empresários que possuem dívidas com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural; a liberação de vendas de terras a estrangeiros e a adoção da tese do marco temporal (que significa que somente as terras ocupadas por indígenas até outubro de 1988 podem ser demarcadas).

Essa busca de apoio parlamentar, as questões socioambientais estão sendo levadas a um dos pontos mais críticos da história recente, mas segundo o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, estas medidas são forma de modernização de uma legislação antiquada e burocrática, além de der servir para estimular a economia brasileira e desfazer equívocos dos últimos governos.

A bancada ruralista usa deste discurso – já utilizado para garantir à reforma trabalhista e dar base à reforma da previdência – para garantir a manipulação da política brasileira a favor dos interesses dos grandes empresários do agronegócio, os mesmos que aparecem na delação do esquema de corrupção envolvendo o governo golpista e que é a principal causa dos altos índices de violência no campo. O lucro deles não deve valer mais do que nossas vidas! Precisamos ir além e tomar em nossas mãos com a luta auto organizada que imponha uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana.

 
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