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PÃO E ROSAS
Feminismo e marxismo em debate com lançamentos do livro "Pão e Rosas" no RS
Valéria Muller

Na última quinta (20) e também no sábado (22) ocorreram mesas de debate sobre feminismo e marxismo em Porto Alegre e Caxias do Sul, com o lançamento da segunda edição do livro Pão e Rosas - Identidade de gênero e antagonismo de classe no capitalismo, de Andrea D’Atri.

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Com a presença de Diana Assunção, que escreveu o prólogo do livro e também as obras "Feminismo e Marxismo", "A precarização tem rosto de mulher" e o prólogo de "Mulher, Estado e a revolução" de Wendy Goldman, as mesas de debate reuniram dezenas em Porto Alegre e Caxias do Sul.

As reformas do governo golpista de Michel Temer atacam principalmente as mulheres trabalhadoras, como no caso da legalização do trabalho insalubre para mulheres grávidas e em amamentação. Também a PEC 55, do teto de gastos, além da brutal reforma da previdência, que desconsidera o fato de que mulheres trabalham mais do que os homens.

Para reagir a essas medidas é necessário um forte movimento de mulheres que se enfrente não só com o machismo, estrutural em nossa sociedade, mas com o sistema capitalista. Um movimento de mulheres revolucionário que lute pelo nosso direito ao pão, mas também às rosas.

Diana ressaltou em suas intervenções o profundo significado do nome do livro, que também dá nome ao grupo internacional de mulheres impulsionado no Brasil pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores e internacionalmente pela Fração Trotskista. O direito ao pão é o direito a tudo que diz respeito à sobrevivência, como alimento, moradia, emprego. O direito às rosas é o direito à um vida plena e livre de toda a exploração e opressão.

Para isso é necessário apostar na força dos recentes movimentos de mulheres que sacudiram o mundo, como o chamado à greve internacional de mulheres no último 8 de março e também o movimento Ni Una Menos e as massivas marchas contra o reacionários, machista, racista e xenófobo presidente americano Donald Trump. Essa força demonstra que as mulheres e principalmente as mulheres trabalhadoras precisam estar na linha de frente e ser protagonistas da luta por sua emancipação, mas também estar na linha de frente na batalha pela construção de uma nova sociedade.

Um grande exemplo histórico abordado, do qual é necessário tirar grandes lições é a Revolução Russa, que em 2017 completa seu centenário. As mulheres e os homens do partido bolchevique tiveram uma preocupação prioritária no combate às diferenças de gênero. Medidas que ainda nos dias de hoje estampam as bandeiras do movimento feminista, como salários iguais ente homens e mulheres, o direito ao aborto e o fim da dupla jornada e do trabalho doméstico, foram tomadas pelos Estado Operário ainda nos primeiros anos, mesmo com todas as dificuldades impostas pela guerra e pelas tentativas de invasão dos Estados capitalistas.

Retomando a estratégia revolucionária e em debate com outras correntes do feminismo, as mesas de discussão demonstram que o livro de Andrea D’Atri, mais do que uma grande obra, é também uma ferramenta para que se fomente ideias que devem converter-se em ações para a transformação da sociedade. A libertação das mulheres não pode se dar até o fim no capitalismo, uma sociedade baseada na desigualdade. Ao mesmo tempo as mulheres revolucionárias não podem se furtar de combater o machismo e de lutar por cada demanda também dentro do capitalismo.

 
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