A mulher procurou uma unidade de saúde de Morrinhos no sábado, 15, com fortes dores abdominais. Os médicos então encontraram no canal vaginal da paciente comprimidos utilizados para abortar.
A mulher confessou que comprou os medicamentos clandestinamente em Goiânia, ao pagar R$ 200. A Polícia Civil vai investigar quem vendeu os abortivos para a gestante.
Ela mesma teria introduzido os comprimidos. Também disse que não imaginava que a gestação já estivesse tão avançada.
A equipe médica que atendeu a paciente no Hospital Municipal de Morrinhos conseguiu realizar o parto, e a recém-nascida, com 1,5 kg, foi encaminhada para o Hospital Materno-Infantil de Goiânia, onde permanece internada em estado regular.
A mulher foi autuada em flagrante, pagou fiança e foi solta para responder em liberdade.
Cabe dizer que além de não fornecer educação sexual nas escolas, cuja restrição é fruto da política dos mesmos setores que lutam pela manutenção da proibição do aborto, o Estado não fornece métodos contraceptivos seguros e gratuitos.
A proibição do aborto segue matando milhares de mulheres todos os anos, e, tal como a mulher que recorreu a esse método que poderia ter levado ela à morte, as mulheres trabalhadoras são obrigadas a recorrer a métodos clandestinos que colocam suas vidas em risco. Muitas, quando sofrem complicações em decorrência disso, não vão aos hospitais justamente por saberem que correm o risco de ainda por cima serem presas, tal como ocorreu agora em Goiânia.
Basta de criminalização do aborto! Pelo direito das mulheres ao seu corpo! Chega de mortes por aborto clandestino!
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