O presidente Michel Temer indicou em reunião com sindicalistas que o governo vê positivamente a ideia de uma nova contribuição sindical a ser paga pelos trabalhadores que participam dos acordos coletivos. A medida será a alternativa ao fim do imposto sindical previsto na reforma trabalhista. Em encontro realizado mais cedo, Temer reafirmou o compromisso de ajustar a reforma trabalhista em alguns pontos após eventual aprovação no plenário do Senado.
O governo peemedebista avalia incluir em uma medida provisória a regulamentação da contribuição assistencial —que representa até 70% do orçamento de alguns sindicatos.
"O presidente disse que topa fazer a discussão sobre essa proposta de financiamento aos sindicatos", disse o primeiro-secretário da Força Sindical, Sergio Luiz Leite, que participou do encontro no Palácio do Jaburu. Além de representantes da Força Sindical, a reunião com Temer também contou com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que prometeu apoio à iniciativa e discutirá o tema no Congresso.
A informação confirma o papel traidor que tiveram algumas das centrais sindicais, representada principalmente pela Força Sindical, ao se aproveitarem do ímpeto de mobilização dos trabalhadores, para ao invés de construir a greve geral, canalizar essa disposição de luta para negociar com o governo pequenas concessões na reforma trabalhista, sendo o principal objetivo alguma forma de manutenção da contribuição sindical.
Num momento em que a crise política, com a abertura do processo de denúncia contra Temer, o deixa ainda mais com a corda no pescoço, o presidente entrega alguns anéis para não perder os dedos, e abre essas pequenas concessões às centrais sindicais com quem pode contar para frear a luta dos trabalhadores.
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